31 dez, 2020 - 10:43 • Henrique Cunha
Como vem sendo hábito, a Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) pretende, com a nota publicada nesta quinta-feira, salientar “alguns aspetos da mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz e a sua pertinência no atual contexto da sociedade portuguesa”.
A CNJP sublinha que “a cultura do cuidado é o centro desta mensagem” do Papa, que “não é alheia a este foco na cultura do cuidado a experiência que se tem vivido por todo o mundo na sequência da pandemia da Covid-19”.
“Essa experiência tem revelado a importância do cuidado para com os doentes atingidos por essa doença e para com as pessoas que mais riscos correm de a contrair de modo fatal, como os idosos”, destaca o texto da comissão.
Lembrando que, “ao longo do ano de 2020, a CNJP abordou a questão do lugar dos mais velhos na sociedade portuguesa, encarados como uma riqueza”, a nota alude também à “importância das profissões dedicadas ao seu cuidado. Não é demais reforçar a ideia de que deve ser reconhecido, mais que o tem sido até agora, o valor de tais profissões”.
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A comissão sublinha que “a cultura do cuidado é, na mensagem do Papa, contraposta à ‘cultura da indiferença, do descarte e do conflito’, que hoje muitas vezes parece prevalecer”.
“É também com tristeza que vemos Portugal atingido por ventos de racismo e xenofobia”, refere a nota numa referência ao caso da morte de um cidadão ucraniano nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras no aeroporto de Lisboa.
A CNJP diz que foi com grande indignação que “soubemos do bárbaro assassinato de um cidadão estrangeiro no aeroporto de Lisboa, a quem havia sido negada a entrada em território português” – isto, depois de “os serviços oficiais de apoio a imigrantes terem recebido em anos passados elogios”.
“Uma tragédia que envergonha o Estado português”, diz a Comissão Nacional Justiça e Paz.
“Quanto às guerras e conflitos que recentemente se agravaram”, a nota refere não ser possível “ignorar a situação da região de Cabo Delgado, com as suas centenas de milhar de vítimas, a quem o mundo ainda não prestou a devida atenção”.