03 jan, 2021 - 14:20 • Aura Miguel
“Deus fez-se carne para te dizer que te ama mesmo ali, nas tuas fragilidades: mesmo ali, onde te envergonhas mais”, disse o Papa Francisco esta manhã durante o Angelus.
“Esta decisão de Deus é muito audaz: fez-se carne,
mesmo ali, onde tantas vezes nos envergonhamos. Ele entra na nossa vergonha
para se fazer nosso irmão, para compartilhar a estrada da vida”.
Para aprofundar o que significa “Deus fez-se carne e habita entre nós", Francisco explicou que Jesus “fez-se carne e não voltou atrás. Ele não tomou nossa humanidade como um vestido, que se põe e tira”. Ou seja, “não se separou da nossa carne. E nunca se separará dela: agora e para sempre Ele está no céu com seu corpo de carne humana. Uniu-se para sempre à nossa humanidade, podemos dizer até que ele se "casou" com ela.“
E, em jeito de diálogo, Francisco lança uma pergunta e dá a resposta: “Então, o que quer de nós? Uma grande intimidade. Quer que compartilhemos com ele alegrias e dores, desejos e medos, esperanças e tristezas, pessoas e situações”.
Neste contexto, o Santo Padre insiste com um pedido: "Vá lá, abramos-Lhe o coração, contemos-Lhe tudo. Detenhamo-nos em silêncio diante do presépio para saborear a ternura de Deus que se fez próximo, se fez carne. E, sem medo, convidemo-lo para vir, para a nossa casa, para a nossa família, convidemo-lo também para as nossas fragilidades, para que Ele veja as nossas chagas. Ele virá e a vida mudará.”
No final do Angelus, o Papa renovou os seus votos para este novo ano. E, apesar de não nomear a popular frase “vai correr tudo bem”, Francisco esclarece, no entanto, que “como cristãos, recusamos aquela mentalidade fatalista ou mágica, pois sabemos que as coisas só vão correr bem na medida em que, com a ajuda de Deus, trabalharmos juntos pelo bem comum, pondo no centro os mais fracos e desfavorecidos.”
E acrescentou: “Não sabemos o que nos reservará o ano de 2021, mas o que cada um de nós e todos podemos fazer é empenharmo-nos um pouco mais em cuidar uns dos outros e da criação, a nossa casa comum”.