05 jan, 2021 - 13:28 • Aura Miguel
Moqtada al-Sadr, chefe do grupo político sadrista, com forte representação no parlamento iraquiano, apresentou uma proposta para devolver os bens imóveis indevidamente expropriados aos cristãos, nos últimos anos.
O líder xiita criou uma comissão destinada a recolher e verificar os casos de apropriação indevida de imóveis pertencentes a cristãos, em diversas regiões do País.
Segundo informa a agência missionária Fides, um comunicado, divulgado no início deste ano, explica que o objetivo desta operação promovida pelo clérigo xiita é “restaurar a justiça e pôr fim às violações que afetam os direitos de propriedade dos "irmãos cristãos", mesmo quando cometidas por membros do mesmo movimento sadrista”.
A campanha de denúncia de casos de expropriações ilegais é extensiva a famílias de cristãos que deixaram o país nos últimos anos, e os relatórios de abusos cometidos por proprietários cristãos podem ser enviados para a Comissão agora constituída “até ao final do próximo Ramadão”.
A fundação AIS considera que graças à visita de Fr(...)
A agência Fedes informa ainda que, no domingo passado, “uma delegação enviada por Moqtada al-Sadr e liderada pelo sheikh Salah al-Obaidi visitou o Patriarca Caldeu Louis Raphael Sako para oferecer ao chefe da Igreja Caldeia uma mensagem de saudações de Natal, acompanhada da cópia do documento no qual o líder xiita constitui a Comissão encarregada de recolher a documentação sobre casas e terrenos roubados ilegalmente a proprietários cristãos”.
O Cardeal Patriarca Sako agradeceu a Moqtada al-Sadr a iniciativa que pretende acabar com as injustiças sofridas por cidadãos cristãos expropriados ilegalmente de seus bens e destacou “a importância de garantir a proteção do bem comum da Nação, colocando-o acima de qualquer interesse privado ou sectário”.
O anúncio público desta Comissão inclui uma lista de endereços de correio eletrónico e contas WhatsApp para onde os cristãos poderão enviar o comprovativo dos títulos de propriedade referentes aos seus bens, casas e terrenos abusivamente acumulados nos últimos anos por outras pessoas ou grupos de pessoas.
Segundo esta agência católica, o furto “legalizado” das propriedades das famílias cristãs está estreitamente ligado ao êxodo em massa dos cristãos iraquianos, logo após as intervenções militares lideradas dos Estados Unidos para abater o regime de Saddam Hussein.