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Apelo à ONU pede libertação de jesuíta indiano

11 jan, 2021 - 08:50 • Olímpia Mairos

O sacerdote jesuíta foi preso a 8 de outubro, estando sob custódia da autoridade anti-terrorista indiana, por alegadas ligações maoístas, mas diz-se inocente.

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Um grupo de claretianos, missionários católicos, que trabalha junto das Nações Unidas, lançou uma petição, dirigida à Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, a pedir a libertação do padre Stan Swamy, jesuíta Indiano, defensor dos direitos dos povos indígenas.

O sacerdote jesuíta foi preso a 8 de outubro, estando sob custódia da autoridade anti-terrorista indiana, por alegadas ligações maoístas, mas diz-se inocente.

A detenção teve lugar na residência da Companhia de Jesus, situada na periferia de Ranchi, localidade do Estado de Jharkhand que fica na zona oriental da Índia.

De acordo com informações dos jesuítas, o padre Stan de 83 anos, sofre de Parkinson, e apresenta atualmente um estado de saúde de enorme debilidade.

“Desde que foi preso tem sido difícil assegurar-lhe as condições mínimas de dignidade. Foi forçado a dormir no chão durante vários dias e, só depois de vários protestos que se prolongaram por mais de um mês, lhe foi dado um copo com palhinha, utensílio de que necessita para conseguir beber água autonomamente”, pode ler-se no portal dos jesuítas em Portugal.

Os jesuítas portugueses afirmam que ao longo de cinquenta anos, o sacerdote preso trabalhou incansavelmente em favor de grupos de marginalizados, nomeadamente “contra as expropriações injustas que têm atingido a comunidade Adivasis”, povo indígena do estado de Jharkhand.

O sacerdote jesuíta apresentou mesmo em Tribunal uma ação pública contra o estado de Jharkhand, em nome de 3.000 indígenas presos. É o último de entre 16 ativistas que foram detidos, entre os quais se encontravam os conhecidos advogados defensores dos direitos Arun Ferreira e Sudha Bharadwaj e os escritores Vernon Gonsalvez e Varavara Rao.

Desde outubro que a Companhia de Jesus e diferentes organizações religiosas, como a fundação AIS e da sociedade civil se têm mobilizado na Índia e a nível internacional em defesa do padre Swamy e de outros ativistas dos Direitos Humanos.

Até dia 15 de janeiro, dia em que se assinalam os 100 dias de prisão, está disponível para ser assinado um apelo escrito em inglês, dirigido à Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, pedindo a sua intervenção em favor do padre Stan Swamy e dos outros ativistas presos.

Recorde-se que a 20 de outubro de 2020, Michele Bachelet apelou ao Governo da Índia para que garantisse os direitos dos defensores dos direitos humanos na Índia, fazendo uma referência explícita ao caso do sacerdote jesuíta.

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