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Arcebispo de Braga pede gestos concretos em novo confinamento

14 jan, 2021 - 08:53 • Olímpia Mairos

“Não permitamos sinais de desleixo motivados pelo cansaço ou por nos parecer que as coisas poderiam funcionar de outro modo”, pede D. Jorge Ortiga.

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O arcebispo de Braga publicou uma nota pastoral intitulada “Ser Igreja em tempo de pandemia” em que pede aos cristãos que sejam “exímios cumpridores” das medidas decretadas pelo Governo para que o novo confinamento possa ser eficaz.

“Consciente das responsabilidades que nos competem, convido a que não permitamos sinais de desleixo motivados pelo cansaço ou por nos parecer que as coisas poderiam funcionar de outro modo”, pede D. Jorge Ortiga, realçando que a Igreja tem sido exímia cumpridora de todas as orientações da Direção Geral da Saúde, tornando os espaços, igrejas e lugares de encontro seguros”.

“Seremos cumpridores escrupulosos de tudo quanto nos é determinado, numa atenção permanente a tudo quanto venha a ser determinado”, assegura.

O arcebispo de Braga indica que o novo confinamento deve servir para uma maior comunhão entre os cristãos, chamados a testemunhar uma “solidariedade afetiva e uma solicitude efetiva”.

“Precisamos de concretizar este sentido de caminhada conjunta, construindo uma fraternidade que a pandemia não só não pode destruir, mas antes, pelo contrário, deve tornar mais forte e consistente. Nunca poderemos desconsiderar a importância da presença nas nossas relações”, defende.

Referindo-se ao programa pastoral da arquidiocese bracarense, D. Jorge Ortiga lembra que devem ser percorridos “os caminhos digitais para que a comunhão não só não esmoreça, mas se solidifique sempre mais”.

“Com a pandemia e no confinamento, as comunidades podem mostrar uma nova vitalidade que se torna ajuda para muitos e responsabilidade para cada um. Intensifiquemos, por isso, os laços e não cancelemos a vida da comunidade.”

Evitar celebrações que, fora do âmbito litúrgico, possam provocar mais contágios

O novo confinamento, a partir das 00h00 de sexta-feira, permite a celebração de cerimónias religiosas. D. Jorge Ortiga realça a oportunidade de os cristãos participarem nas eucaristias, mas pede que sejam evitadas “outras celebrações que possam provocar ajuntamentos de pessoas fora do âmbito litúrgico”.

Já quanto aos casamentos e batizados, o arcebispo de Braga entende que devem ser adiados, não pela celebração em si, mas por aquilo que provocam.

“Poderão estar presentes poucas pessoas. Só que, mesmo que sejam famílias, procedem de ambientes diferentes e podem tornar-se portadores do vírus, provocando contágios que deverão ser evitados”, alerta.

Em relação aos funerais, D. Jorge refere que merecem um cuidado muito especial, pedindo às comunidades cristãs que privilegiem uma particular atenção aos familiares, para que o amor se torne coragem e alento, lembrando que as “celebrações podem ter restrições, mas nunca devem estar privadas de sinais variados de presença do pároco e das comunidades”.

“Importa saber estar com quem sofre, nunca agravando a dor. Também aqui a caridade cristã nos sugerirá os gestos e atitudes mais adequadas. Nunca esqueçamos que a frieza nestes momentos é muito dolorosa. Também aqui teremos de olhar para o essencial da fé que nos concentra numa redescoberta do amor a Deus”, alerta o prelado.

O responsável pela Arquidiocese de Braga nota que “do cumprimento de todas as orientações, e também da sensibilização junto das pessoas das nossas comunidades”, se poderá esperar alguma liberdade de movimentos na Quaresma.

“Infelizmente a luta terá de continuar e os nossos programas terão de adaptar-se. Trabalhando e rezando chegaremos a alguma normalidade, que exigirá sempre uma criatividade e adaptação das nossas rotinas”. Acreditemos e comecemos, desde já, a discernir, sinodalmente, com as pessoas dos nossos conselhos”, conclui D. Jorge Ortiga.

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