24 jan, 2021 - 13:50 • Aura Miguel
O tempo da nossa vida é preciso e passa num instante, disse o Papa durante o Angelus deste domingo. Apesar de ter cancelado a sua presença na missa desta manhã e nas celebrações agendadas para segunda-feira, devido a uma nova crise de ciática, Francisco refletiu sobre o significado da vida, a partir da Palavra de Deus e contou um episódio.
“Para cada um de nós, o tempo para aceitar a redenção é breve: é a duração da nossa vida neste mundo. Talvez pareça muito longo... Lembro-me que fui dar os Sacramentos, a Unção dos enfermos, a um idoso muito bom e, naquele momento, antes de receber a Eucaristia e a Unção dos enfermos, disse-me: ‘A minha vida voou’, como que a dizer, ‘achava que era eterna, mas voou’”.
Francisco comentou, a partir da sua própria experiência. “É assim que nós, idosos, sentimos que a vida se foi. Ela vai embora. E a vida é um dom do amor infinito de Deus, mas também é um tempo para verificar o nosso amor por Ele. Portanto, cada momento, cada instante da nossa existência é um tempo precioso para amar a Deus e ao próximo, e assim entrar na vida eterna.”
No final da oração do Angelus, o Santo Padre lamentou a morte de um sem-abrigo e referiu-se a ele pelo nome, Edwin, um nigeriano de 46 anos, que faleceu devido ao frio.
“No passado 20 de janeiro, a poucos metros da Praça de São Pedro, foi encontrado morto um sem-abrigo nigeriano, de 46 anos, chamado Edwin. A sua história soma-se à de muitos outros sem abrigo que morreram recentemente em Roma nas mesmas circunstâncias dramáticas”.
Depois convidou os fiéis a rezar por Edwin e recordou a reação do Papa São Gregório Magno ao saber que um mendigo tinha morrido de frio. “Ele disse que, naquele dia, não se celebrariam missas porque era como a Sexta-feira Santa”. E Francisco acrescentou: “Pensemos em Edwin. Pensemos no que esse homem de 46 anos sentiu no frio, ignorado por todos, abandonado até por nós.”
O Papa ainda se referiu aos jornalistas e comunicadores, a propósito da mensagem que ontem divulgou para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, exortando-os a “ir e ver”, sobretudo, “onde ninguém quer ir e a testemunhar a verdade”. E deixou uma palavra de alento às famílias que atravessam maiores dificuldades neste período.
“Coragem, sigamos em frente! rezemos por estas famílias e, na medida do possível, acompanhemo-las.”