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Covid-19

Arcebispo de Braga defende alargamento da produção de vacinas a laboratórios de todo o mundo

22 fev, 2021 - 15:30

D. Jorge Ortiga não esquece a necessidade de se preservar a patente da vacina e o pagamento dos seus direitos, mas considera que é preciso fazer chegar o fármaco a todos os países e não só aos mais ricos.

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O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, sugere o alargamento da produção de vacinas contra a Covid-19 a outros laboratórios, em todo o mundo, para resolver problema da escassez do fármaco para travar a pandemia.

D. Jorge Ortiga não esquece a necessidade de se preservar a patente da vacina e o pagamento dos seus direitos, mas pergunta “porque é que não pode haver uma produção a nível mundial naqueles laboratórios que têm capacidade para executar as vacinas de harmonia com aquela patente?”

O arcebispo de Braga reafirma a ideia da “preservação da patente e a manutenção dos direitos (económicos) que a patente exige, mas sugere a colaboração com outros laboratórios para aumentar a produção.

“Por que é que não se faz com que a vacina, em vez de ser fabricada só naqueles laboratórios que as estão a fabricar, não pode haver uma produção a nível mundial naqueles laboratórios que têm capacidade para o fazer?”, apela.


“Um investimento desse tipo iria beneficiar a humanidade inteira e não apenas este grupo restrito”, sublinha o prelado, ao mesmo tempo que lembra que, “entretanto, há pessoas a morrer, no nosso contexto aqui em Portugal e também na Europa civilizada, mas sobretudo noutros países menos desenvolvidos”.

D. Jorge Ortiga, ouvido pela Renascença durante a apresentação do ciclo de conferências da 6.ª edição da Nova Ágora, subscreve a preocupação manifestada pelo secretário-geral das Nações Unidas sobre o processo de vacinação.

António Guterres alertou esta segunda-feira que dez nações administraram 75% das vacinas para a Covid-19 e 130 países "ainda não receberam uma única dose".

O arcebispo recorda que, desde a primeira hora, “o Papa disse que era necessário que a vacina fosse naturalmente para todos”.

Alerta para aquilo que “vamos sabendo pelas notícias, sobretudo nos países mais pobres de África, em que já está na programação que só terão a vacina lá para 2024”.

“O que é que se poderá porventura fazer? Mas lançar este alerta eu penso que é imprescindível e eu subscrevo essa preocupação de António Guterres que, naturalmente, já vem na linha do Papa Francisco”, remata o D. Jorge Ortiga durante a apresentação da 6.ª edição da Nova Ágora, um ciclo de conferência da Arquidiocese e que irão decorrer entre 5 e 19 de março.

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