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Bispo de Setúbal apresenta a Quaresma como tempo de renovação e de esperança

22 fev, 2021 - 10:47 • Olímpia Mairos

D. José Ornelas indica que a renúncia quaresmal dos cristãos de Setúbal destina-se a “apoiar as famílias atingidas pela crise da pandemia Covid-19” e os “refugiados da guerra, na Diocese de Pemba”, em Moçambique.

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Na sua mensagem para a Quaresma, o bispo de Setúbal apresenta este tempo litúrgico como “tempo de renovação e de esperança”.

“Cansados da pandemia que já dura mais de um ano, todos ansiamos por regressar à vida e às relações que nos vão escapando e de que sentimos saudade”, afirma D. José Ornelas.

Na mensagem, intitulada “Quaresma, tempo de renovação e de esperança”, o bispo de Setúbal assenta a sua reflexão na dinâmica do regresso e da conversão.

“Regressar” é também o sentido daquilo que na Bíblia se chama ‘converter-se’, mudar de vida, que carateriza este tempo de Quaresma. Regressar às raízes, à autenticidade, à felicidade. Não é um simples regressar ao passado, mas um regressar ao fundamento válido que torna possível um futuro renovado”, explica o prelado.

Depois, D. José Ornelas, assinala que “alguns traços fundamentais do regressar/converter-se são particularmente importantes: regressar a si mesmo, regressar a Deus, regressar a relações renovadas; renovar o cuidado com quem precisa”.

O primeiro passo deste regresso, especifica o bispo de Setúbal “é reencontrar as próprias raízes, o regresso à verdade e coerência com o próprio ser como pessoa”.

“Regressar ao próprio coração humanizado é deixar renovar o coração, pela ação do Espírito de Deus, libertos das alienações e tendências que nos destroem e inquinam a vida”, indica o prelado.

O responsável pela Diocese de Setúbal aponta ser esta uma “atitude salutar, sobretudo no meio da pandemia em que estamos imersos e que baralhou muitos dos nossos pontos de referência”.

“A reconversão quaresmal é, pois, um tomar consciência de si, e das referências que balizam a vida, particularmente perante Deus, aqueles que nos rodeiam e os apelos de quem precisa”, aponta D. José Ornelas, indicando que “o regresso a Deus, como pessoas, como família e como comunidade cristã é como a bússola da vida”.

“Andamos confinados e as nossas celebrações não são sempre possíveis. Mas Deus não está confinado: a sua palavra, a família, os contatos que temos pelos meios possíveis, oferecem muitas ocasiões de revitalizar o nosso ´voltar a Deus’”, afirma o bispo de Setúbal.

“Preparamo-nos e esperamos, deste modo, o regresso à oração presencial da comunidade cristã, apenas haja condições para tal”, acrescenta o prelado.

D. José Ornelas refere também a necessidade de “regressar a relações renovadas” e de “renovar a atenção a quem precisa”.

“Um coração misericordioso é aquele que sente empatia e “com-paixão” perante a necessidade e a dor de quem precisa. Esse é, por excelência o caminho da Quaresma, particularmente no tempo de grande carência social que, neste momento, atinge tantas famílias e pessoas isoladas”, explica o prelado, defendendo que “estas situações não nos podem deixar indiferentes”.

“Se queremos criar um futuro melhor, é primordial cuidar dos que estão mais fragilizados, para que ninguém seja deixado à beira do caminho. A pandemia ensinou-nos que não se pode ter uma sociedade justa e de sucesso. Nem ser a Igreja de Cristo, sem colaborar para que todos tenham a possibilidade de uma vida digna”, alerta o bispo de Setúbal.

Neste contexto, D. José Ornelas indica que a renúncia quaresmal dos cristãos de Setúbal se destina a “apoiar as famílias atingidas pela crise da pandemia Covid-19” e os “refugiados da guerra, na Diocese de Pemba”, em Moçambique.

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