08 mar, 2021 - 18:41 • Ana Lisboa
Num comunicado escrito por ocasião do Dia Internacional da Mulher, o Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) denuncia que a pandemia triplicou o trabalho das mulheres: "além de sermos mães e trabalhadoras, assumimos a responsabilidade de sermos professoras dos nossos filhos/as no cumprimento dos seus deveres escolares, perante um sistema educativo que se trasladou para as nossas casas com as plataformas virtuais".
Além disso, há muitas mulheres e mães que "são analfabetas e/ou com limitada escolaridade o que dificulta o trabalho com as novas tecnologias (tablets, telemóveis e computadores), isto tudo porque tiveram de tirar os seus filhos das escolas".
A nota refere que esta nova condição que as mulheres tiveram de assumir, "implicou mais gastos para a já precária economia familiar".
Por outro lado, a política de confinamento levou ao agravamento da violência doméstica, o que "representou um aumento da violência intrafamiliar e abusos de menores pelos seus próprios familiares".
O texto do MMTC denuncia ainda "as políticas de segregação e criminalização da luta das mulheres".
Refira-se que o lema do movimento católico internacional para este ano é o seguinte "Mulheres líderes: Por um futuro igualitário no mundo da covid-19".
O MMTC justifica dizendo que o contributo quotidiano das mulheres "na construção de relações de igualdade e da vivência do bem-estar integral das nossas famílias, comunidades e povos continua a ser subvalorizado e ignorado por uma sociedade de consumo e de descarte".
Por isso, defende que "se deve apostar num mundo "fundamentado numa economia social e solidária, no cuidado das famílias e da nossa 'Terra Mãe', bem como na promoção das relações inter-geracionais e de equidade".
O Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos, no qual se integra a Liga Operária Católica (LOC), tem atualmente como copresidente a portuguesa Fátima Almeida, que faz parte da LOC.