17 mar, 2021 - 09:56 • Aura Miguel
No final da catequese desta quarta-feira, o Papa lançou mais um apelo ao fim dos conflitos no Myanmar (antiga Birmânia) e solidarizou-se com os que saem para as ruas a pedir paz.
“Uma vez mais, e com tanta tristeza, sinto a urgência de evocar a dramática situação em Myanmar, onde tantas pessoas, sobretudo, jovens estão a perder a vida para oferecer esperança ao seu país”, afirmou.
“Também eu me ajoelho na ruas de Myanmar”, continuou o Papa, deixando um apelo pelo fim da violência. “Também eu estendo os meus braços e digo: Que prevaleça o diálogo. O sangue não resolve nada. Que prevaleça o diálogo.”
Pelo menos 149 pessoas foram mortas pelas forças de segurança da junta militar que levou a cabo o golpe de Estado de 1 de fevereiro em Myanmar, 11 das quais nas últimas 24 horas, denunciou a ONU na terça-feira.
O número de mortos aumentou dramaticamente, há centenas de pessoas desaparecidas desde o golpe e a junta militar parece cada vez mais determinada a acabar com o protesto, ignorando as muitas condenações internacionais, referiu a porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, em conferência de imprensa realizada em Genebra.
Os números são da ONU, cujo Comissariado para os D(...)
Nesta intervenção proferida a partir da biblioteca do Palácio Apostólico, o Papa também se referiu aos confrontos no Paraguai, condenou a violência que “é sempre auto-destrutiva” e apelou a “um caminho de diálogo que permita construir a paz tão ignorada”.
De acordo com a porta-voz do organismo liderado por Michelle Bachelet, chegaram à ONU relatos de mais de 2.000 detenções arbitrárias, uso de tortura e desaparecimentos forçados de centenas de pessoas, bem como do uso de francoatiradores contra os manifestantes.
O golpe militar, no dia 1 de fevereiro, atingiu a frágil democracia de Myanmar depois da vitória do partido de Aung Sang Suu Kyi nas eleições de novembro de 2020.
Os militares tomaram o poder alegando irregularidades durante o processo eleitoral do ano passado, apesar de os observadores internacionais terem considerado a votação legítima.
O passado fim-de-semana foi o mais violento do últ(...)