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​Amoris Laetitia e São José. Dois anos especiais para ajudar as famílias

18 mar, 2021 - 13:52 • Aura Miguel

"É uma oportunidade para ir ao encontro das famílias, para não se sentirem sós diante das dificuldades", diz cardeal Farrell, garantindo ainda que a Igreja não fecha a porta a ninguém, mesmo que o seu matrimónio não seja sacramental.

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As duas grandes apostas do Papa para um duplo ano pastoral arrancam nesta sexta-feira, 19 de março, solenidade de São José. Numa espécie de “dois em um” a favor da família, a Santa Sé lança diversas propostas de celebração e iniciativas pastorais para implementar em todas as dioceses do mundo.

“O prolongar da pandemia ao nível internacional cria preocupação e sofrimento em todos nós, mas não deve paralisar-nos”, disse o cardeal Kevin Farrell na conferência de imprensa sobre o “Ano Família Amoris Laetitia”. Nestes tempos de desalento, o Prefeito do Dicastério para os Leigos, Família e Vida considerou fundamental o testemunho de esperança que os cristãos são chamados a dar, sendo “mais do que nunca oportuno dedicar todo um ano pastoral à família cristã”.

Providencial é, pois, a conjugação destes dois anos pastorais, uma vez que o “Ano Família Amoris Laetitia” coincide com o ano dedicado a São José, esposo de Maria e pai de Jesus, “escolhido por Deus para cuidar da Sagrada Família”, acrescentou o cardeal norte-americano.

“Por isso, este ano é uma oportunidade para ir ao encontro das famílias, para não se sentirem sós diante das dificuldades, para caminhar com elas, ouvi-las e desencadear iniciativas pastorais que as ajudem a cultivar o seu amor quotidiano”. Neste contexto, “queremos aprofundar nas famílias a paternidade que aprendemos com São José, feita de acolhimento, de fortaleza, de obediência e de trabalho”, concluiu Farrell.

Papa convoca ano especial dedicado à família
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Ao longo deste ano pastoral, a Santa Sé propõe-se divulgar, todos os meses, um pequeno vídeo com a participação do Papa e com testemunhos de várias famílias de todo o mundo.

“Ninguém se deve sentir excluído da Igreja”

A mais recente posição da Santa Sé sobre a proibição de abençoar uniões entre pessoas do mesmo sexo “não altera o acolhimento da Igreja aberto a toda a gente”. Interrogado sobre este tema, o cardeal Kevin Farrell recordou que “há diferentes situações que podem ser acompanhadas pela Igreja, apesar de não poderem participar na vida sacramental, mas tem de haver uma distinção entre casamento civil e matrimónio sacramental.”

O responsável do Vaticano para as questões relacionadas com Leigos, Família e Vida sublinhou que “ninguém se deve sentir excluído” e que as portas da Igreja estão abertas a todos, “independentemente da situação em que se encontrem”.

No entanto, Farrel esclareceu que “o matrimónio sacramental é único” e que uma coisa é a vida sacramental que a Igreja abençoa e outra é a vida de muitos que, “apesar de não acederem aos sacramentos, podem sempre beneficiar do apoio pastoral da Igreja”.

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