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Estudar à distância. Cáritas de Coimbra presta apoio a comunidade cigana

18 mar, 2021 - 09:44 • Olímpia Mairos

A instituição da Igreja faz-se presente na vida desta comunidade, ajudando crianças sem o necessário acompanhamento dos pais, diminuindo as desigualdades e promovendo o sucesso escolar das comunidades mais vulneráveis.

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A Cáritas de Coimbra, através do seu Centro Comunitário Nossa Senhora da Boa Viagem, em funcionamento na Leirosa, Figueira da Foz, está a desenvolver um trabalho de proximidade e acompanhamento ao estudo com a comunidade cigana.

Durante este último confinamento tem acompanhado alunos de vários graus de ensino, com ou sem acesso virtual às plataformas que precisam de aceder.

“Alguns deles têm o computador e a internet, mas, depois, não sabem fazer o acesso. Não sabem aceder às aulas de internet. Nem todos têm o programa normal de ensino e têm aprendizagens alternativas e, portanto, nós resolvemos apoiar aqui esta comunidade como um espaço aberto de apoio ao estudo e de promoção de algum acompanhamento escolar”, conta à Renascença a diretora técnica, Marta Amaral.

Tratando-se de “famílias com baixas competências escolares, que não conseguem acompanhar e ajudar na realização das tarefas escolares”, a ajuda dos técnicos do centro revestiu-se de uma grande importância, não deixando para trás “públicos vulneráveis”.

“Fazíamos com eles as ligações a algumas aulas, quando eles conseguiam ter disponibilidade para aceder às aulas com os professores, sem aqueles currículos alternativos, muitas das vezes, até só para terem o contato com os colegas de turma. Este era o apoio que aqui dávamos”, explica Marta Amaral.

Segundo a técnica, foram 12 as crianças que recorreram ao centro, em busca de apoio e estratégias de aprendizagem, e que continuam a contar com o apoio de três técnicos no acompanhamento das matérias lecionadas.

“Os professores mandavam-nos os trabalhos de casa e as fichas da matéria que ia sendo lecionada na escola e nós, aqui, acompanhávamos esse trabalho. Fazíamos os trabalhos, fazíamos as pesquisas com eles e, depois, fazíamos o reenvio deste material produzido por eles para a escola. Portanto, fomos aqui um veículo de transmissão, uma forma de articulação escola-família”, realça.

Na promoção da aprendizagem, diminuindo desigualdades

O centro quis estar presente na vida desta comunidade, “promovendo momentos de aprendizagem, diminuindo a desigualdade ou as dificuldades sentidas sem o necessário acompanhamento por parte dos pais”, sintetiza a diretora técnica.

O trabalho foi desenvolvido “em estreita articulação” com os professores de cada disciplina e com os Diretores de Turma, e o objetivo continua a ser “não deixar ninguém para trás neste período de aprendizagem tão atípica”, afirma Marta Amaral.

O processo foi iniciado no primeiro confinamento, quando ainda estava em desenvolvimento a 7ª Geração do Programa Escolhas, e enquanto se aguardava a aprovação da 8ª geração, que, entretanto, chegou.

Agora que as crianças do 1º ciclo regressaram à escola, os técnicos continuam disponíveis para ajudar no apoio ao estudo, mantendo também disponível a ajuda aos alunos que permanecem em ensino online.

As crianças e jovens são acolhidos nas instalações do centro comunitário no período da manhã, divididos por anos de escolaridade e segundo o horário de autoestudo ou aulas síncronas que é necessário apoiar na sua ligação à turma.

“Mantemos a articulação entre a família e com a escola. Com os mais velhos, fazemos esta articulação em que trazem os trabalhos, as fichas de trabalho da escola são impressas, são trabalhadas aqui e, depois, são encaminhadas para a escola. No primeiro ciclo, em alguma situação mais pontual, continuamos a acompanhar e a ajudar”, assinala a técnica.

Além do apoio às crianças, o Centro Comunitário Nossa Senhora da Boa Viagem também disponibiliza cabazes alimentares às famílias mais vulneráveis, nomeadamente à comunidade migrante do Nepal e do Bangladesh, que tem sido afetada pela Covid-19.

“E ainda há casos positivos com famílias isoladas, sem meios para adquirir bens alimentares, sem colocar em risco a população. E, por isso, ainda a semana passada fizemos entregas de cabazes alimentares. Esta semana ainda não sabemos, porque isto vai tendo em conta o número de pessoas que estão isoladas e a rede de suporte que tem à volta”, conclui a diretora.

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