22 mar, 2021 - 15:52 • Maria João Costa
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É uma das imagens mais fortes da pandemia, aquela em que o mundo viu o Papa Francisco sozinho na Praça de São Pedro, em Roma, na Páscoa de 2020. Francisco pediu o fim da pandemia e recordou que estamos “todos no mesmo barco” e que “ninguém se salva sozinho”. Estas palavras do Papa são algumas das que agora são incluídas no livro que tem lançamento mundial a 24 de março.
“Porque Sois Tão Medrosos? Ainda não Tendes Fé” chegará também às livrarias portuguesas nesse mesmo dia, pela mão da editora Dom Quixote. A obra reúne orações, mensagens e imagens do Papa Francisco neste ano de pandemia.
O livro é lançado, diz a editora em comunicado, “precisamente um ano após o inesquecível momento de oração presidido pelo Papa, num Adro da Basílica de São Pedro deserto, pelas 18h00, do dia 27 de março de 2020, a que assistiram centenas de milhões de fiéis pela TV e pelas redes sociais”.
Num lançamento em simultâneo com a Libreria Editrice Vaticana, o livro conta com prefácio de monsenhor Guido Marini. O mestre das celebrações litúrgicas do Vaticano refere que este livro é um “álbum de recordações”.
Na abertura do livro, Guido Marini escreve, recordando a sexta-feira Santa do ano passado que: “A Praça de São Pedro, naquele final de tarde, estava vazia, deserta. Incrivelmente deserta. E mais silenciosa do que nunca. No entanto, ali mesmo, o mundo inteiro reuniu-se, convocado por um homem vestido de branco que, mais uma vez, a todos sem exceção, repetiu com palavras fortes e persuasivas, com o humilde poder das imagens: ‘O homem que reza tem o leme da história tem suas mãos.’ Por esta razão, ele convocou a Igreja e, em certo sentido, o mundo inteiro, pedindo-lhes que levantassem os olhos, todos juntos, para o Senhor do tempo e da história”.
Organizado pelo Dicastério para a Comunicação, o livro junta também, explica a Dom Quixote em comunicado, as palavras que o Papa Francisco pronunciou entre 9 de março a 14 de maio de 2020 “para apoiar a Igreja nesse período de grande dificuldade”. São textos de homílias diárias, mensagens do Angelus, mas também o que foi dizendo ao longo de último ano.
Além dos textos, o álbum é enriquecido por numerosas fotografias e as palavras de Francisco que recorda a oração que uniu o mundo: “Caminhava assim, sozinho, pensando na solidão de tantas pessoas... um pensamento inclusivo, um pensamento com a cabeça e com o coração, juntos... Sentia tudo isso e caminhava...”
Francisco lembra que: “Duas coisas me vieram à mente: a praça vazia, as pessoas unidas à distância... e, deste lado, o barco dos migrantes, aquele monumento... E estamos todos no barco, e neste barco não sabemos quantos poderão desembarcar... Todo um drama diante do barco, a peste, a solidão... em silêncio...”
Segundo o prefeito do Dicastério para a Comunicação do Vaticano, este livro pretende resgatar o “humilde poder” da oração, através das palavras, dos gestos e das imagens.
Paolo Ruffini escreve sobre este livro, que recorda o último ano, que “a palavra precisa sempre do silêncio. E o silêncio só é eloquente quando ecoa a palavra”.
Neste álbum pode ler-se que “folhear estas páginas é recordar. Não apenas porque precisamos de manter uma consciência histórica de eventos que nunca pensámos que vivenciaríamos, mas porque aprendemos a enfrentar e a aceitar o sofrimento nas nossas vidas. Estes acontecimentos ensinaram-nos que ninguém sofre sozinho. Ninguém sofre inutilmente”.