13 abr, 2021 - 21:19 • Filipe d'Avillez
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Dezenas de milhares de pessoas reuniram-se junto ao Rio Ganges, na Índia, para participar em celebrações religiosas, ignorando medidas de distanciamento social numa altura em que a pandemia está a propagar-se a um ritmo muito alto, batendo recordes de infeções.
Os devotos hindus participam no Kumbh Mela, uma das peregrinações mais sagradas daquela religião maioritária na Índia. Os crentes acreditam que quem se banha no Ganges durante o Kumbh Mela, que decorre ao longo do mês de abril, é absolvido dos seus pecados e libertado do ciclo de morte e nascimento em que acreditam os hindus.
Mas este ano o Kumbh Mela coincide com uma das piores vagas da pandemia desde que esta começou na Índia. Ao longo destes dias registam-se em média cerca de 130 mil novos casos por dia e os hospitais estão sobrelotados. A Índia é, neste momento, o segundo país com mais casos do mundo, tendo ultrapassado o Brasil.
Os críticos do Governo reclamam que o Governo do primeiro-ministro Narendra Modi só permite que o festival se realize porque o seu partido, o Bharatiya Janata (BJP) depende dos votos da comunidade hindu.
O Governo disse que não havia perigo, pois as regras de segurança serão cumpridas, mas as imagens que chegam mostram que tal não está a acontecer e teme-se que os peregrinos fiquem infetados e regressem às suas aldeias, vilas e cidades, espalhando ainda mais a doença.
A atitude do Governo contrasta com as reações de altos representantes do BJP o ano passado, quando se lançaram em críticas contra um grupo muçulmano que foi acusado de propagar a doença durante um encontro missionário em Nova Deli. Na altura não se registavam mais de 200 casos por dia.