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Papa contra o “paternalismo político”, quer populações envolvidas nas decisões

15 abr, 2021 - 20:39 • Filipe d'Avillez

O abuso de poder começa com o desprezo pelo povo e pelos seus valores culturais e religiosos, alertou Francisco.

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O Papa Francisco manifestou-se esta quinta-feira contra o “paternalismo político” dos populismos, defendendo a participação das populações nas decisões de importância para as nações.

Numa mensagem de vídeo gravada para uma conferência sobre a política popular, Francisco disse que é importante “encontrar mecanismos para garantir a todas as pessoas uma vida digna de se chamar humana, uma vida que seja capaz de cultivar a virtude e forjar novos vínculos”.

Os povos não podem ficar de fora deste processo, diz. “Os populismos têm como inspiração, consciente ou inconscientemente, outro lema: ‘Tudo pelo povo, nada com o povo’, paternalismo político”.

“Na visão populista o povo não é protagonista do seu destino, mas acaba por ficar em d´vida para com uma ideologia. Quando o povo é descartado é privado de não só do bem-estar material, mas também da dignidade de agir, de ser protagonista da sua história, do seu destino, de expressar-se com os seus valores e a sua cultura, a sua criatividade e fecundidade”, explica Francisco.

“Por isso, para a Igreja é impossível separar a promoção da justiça socia ldo reconhecimento dos valores e da cultura do povo, incluindo os valores espirituais que são fonte do seu sentido de dignidade. Nas comunidades cristãs esses valores nascem do encontro com Jesus Cristo, que procura incansavelmente os desanimados e os perdidos, que se desloca até aos limites da existência para ser rosto e presença de Deus, para ser ‘Deus connosco’”.

Aos presentes, dedicados sobretudo à promoção da justiça social de visão cristã, Francisco expressou a sua solidariedade pelo dilema que enfrentam. “Muitos de vocês trabalham há anos a fazer isto nas periferias, a acompanhar os movimentos populares. Às vezes pode ser incómodo. Alguns acusam-vos de serem demasiado políticos, outros de quererem impor a religião. Mas vocês percebem que respeitar o povo é respeitar as suas instituições, incluindo as religiosas e que o papel dessas instituições não é impor nada, mas sim caminhar com o povo, recordando-lhes o rosto de Deus”.

Francisco terminou a sua mensagem avisando que “uma política que se desentende com os pobres nunca poderá promover o bem comum. Uma política que se desentende com as periferias nunca saberá entender o centro” e alertou que “uma das maneiras de se desentender dos pobres é desprezar a sua cultura, os seus valores espirituais, os seus valores religiosos, seja descartando-os, seja explorando-os para fins de poder. Os desprezo pela cultura popular é o primeiro passo no abuso do poder”, concluiu.

O encontro que se realiza no Reino Unido, sob o título “A polítics rooted in the people”, ou “Uma política com as raízes no povo”, é organizado pelo Centre for Theology & Community.

Comentários
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  • Adélio Pequenino
    15 abr, 2021 Terras da Vernária 20:41
    Sem dúvida, temos um Papa Santo e sábio. Mas temos Bispos, e muitos padres, não todos, que nem almocreves deveriam ser. O Guterres , um fabricante de pobres e escravos, entregou lhos para os distrair. É urgente RASGAR a CONSTITUÍÇÂO da República portuguesa feita pelos COMUNAS e XUXAS portugueses e elaborar uma IDÊNTICA à da Suíça. Lá, o povo é chamado muitas vezes para se pronunciar sobre matérias importantes. O Santo Padre tem razão. A igreja católica portuguesa tem muitos padres sábios. Se eles chegassem a Bispos transformavam a mentalidade do povo. Mas a Opus - dei, ligada ao diabo ou maçonaria não quer. Tudo tem o seu tempo. Esperem pela surpresa. À dias, quando uns politicos levantaram a questão de os politicos serem obrigados a declarar as filiações a que pertencem, os Bispos portugueses vieram logo manifestar - se . Diabos vestidos de túnicas brancas?! Boa noite.

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