23 mai, 2021 - 10:27 • Aura Miguel
A Igreja deve ultrapassar as divisões entre direita e esquerda, disse esta manhã o Papa na Basílica de São Pedro.
Na homilia da missa de Pentecostes, Francisco afirmou que “se dermos ouvidos ao Espírito, deixaremos de nos focar em conservadores e progressistas, tradicionalistas e inovadores, de direita e de esquerda” pois, “se fossem estes os critérios, significava que a Igreja se esquecia do Espírito”. É que “o Paráclito impele à unidade, à concórdia, à harmonia das diversidades e faz-nos sentir parte do mesmo Corpo, irmãos e irmãs entre nós”.
O Papa refletiu sobre os efeitos consoladores do Espírito Santo e pediu aos fiéis para fazerem o mesmo à sua volta, “sem grandes discursos, mas aproximando-nos das pessoas; não com palavras empoladas, mas com a oração e a proximidade”. Porque hoje “é o tempo da consolação, é o tempo do anúncio feliz do Evangelho, mais do que do combate ao paganismo; é o tempo para levar a alegria do Ressuscitado, não para nos lamentarmos do drama da secularização; é o tempo para derramar amor sobre o mundo, sem abraçar o mundanismo; é o tempo para testemunhar a misericórdia, mais do que para inculcar regras e normas”.
Francisco também aconselhou a viver o presente e não no passado ou no futuro. “O Paráclito afirma o primado do hoje, contra a tentação de fazer-se paralisar pelas amarguras e nostalgias do passado, ou de focar-se nas incertezas do amanhã e deixar-se obcecar pelos temores do futuro”, acrescentou. “Não há tempo melhor para nós: agora e aqui onde estamos é o único e irrepetível momento para fazer bem, fazer da vida uma dádiva. Vivamos no presente!”
O Papa recordou a figura usada por "um bom cardeal, que foi arcebispo de Génova": "que a Igreja é como um rio e o importante é estar dentro. Se vais para um lado ou para o outro lado não interessa, o Espírito Santo é que faz a unidade".
"E não olhes para as miudezas, em que tu estás de um lado e aquele do outro, ou este reza de um modo e aquele de outro modo… Isto não é de Deus. A Igreja é para todos", concluiu Francisco.