26 mai, 2021 - 12:32 • Ângela Roque
“Estamos a enfrentar uma crise terrível, algo que nunca vi nem experimentei na minha vida”, escreve a irmã Christin Joseph na mensagem que enviou à Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), a partir do Convento de Santa Cruz, na cidade de Calcutá.
De acordo com o testemunho desta irmã, há um “sentimento de pânico entre as pessoas muito palpável”, perante o "patético colapso de todo o sistema, especialmente o sistema nacional de saúde”. E revela que todos os dias chegam notícias da morte “de sacerdotes, irmãs, leigos, colaboradores, amigos e animadores de pequenas comunidades” católicas.
A religiosa descreve as enormes filas que se formam junto às urgências dos hospitais, que estão sem camas nem oxigénio para os doentes mais graves. O desespero é tanto que nas redes sociais crescem os pedidos de adoção para crianças que perderam os pais na pandemia. “Os anúncios são de partir o coração. É uma situação muito, muito triste”, refere.
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A mensagem fala ainda do enorme “sentimento de impotência” que todos sentem, e assegura que a Igreja católica está mobilizada para tentar acudir às situações mais difíceis.
“As nossas dioceses e congregações religiosas estão a unir-se como grupo de trabalho para estar ao lado das pessoas, ajudando as instituições com recursos e cuidados médicos. Estamos a preparar um serviço de aconselhamento online grátis, 24 horas por dia, para ensinar a lidar com o pânico. Procuramos alimentar as pessoas que têm falta de alimentos e, em alguns lugares, organizamos serviços de ambulâncias para transportar os doentes para os centros Covid-19”, indica ainda esta religiosa, que apela à oração de todos.
“O Senhor”, diz, “é o único que nos pode ajudar. Hoje precisamos das vossas orações”.
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