27 mai, 2021 - 18:13 • Ana Lisboa
A Jornada de Oração contra a violência e a "grave insegurança" que se vive na Nigéria pretende, segundo os seus organizadores, "mobilizar a comunidade cristã para uma prece comum, com o objetivo de fazer fracassar as atividades dos terroristas, bandidos, raptores, homens armados e todos os que estão contra a população, para que a Nigéria fique em paz", revela um comunicado divulgado pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.
Sinal da "instabilidade e violência" que estão a afetar aquele país africano, houve "mais um ataque violento contra a Igreja Católica de que resultou a morte de um sacerdote e o sequestro de um padre", ambos pertencentes à Paróquia de São Vicente Ferrer de Malunfashi, no norte da Nigéria, perto da fronteira com o Níger.
O ataque foi perpetrado no passado dia 20 de maio e, até agora, continua a desconhecer-se o paradeiro do padre Joe keke, de 70 anos.
Por outro lado, foi encontrado já sem vida o corpo do padre Alphonsus Bello, de 30 anos, numa zona de terrenos agrícolas próximos da escola de catequese que funcionava na paróquia onde pertencia.
Este ataque veio "aumentar o clima de enorme insegurança que se vive na Nigéria e que atinge profundamente a comunidade cristã", sublinha a AIS.
Na mesma nota a Fundação Pontifícia refere que "a violência contra os cristãos tem normalmente a marca do Boko Haram, um grupo jihadista que procura a instauração de um califado na região norte da Nigéria, e também dos pastores nómadas muçulmanos Fulani, que atuam mais no centro e sul do país".
A AIS afirma que "a Igreja Católica tem erguido a sua voz na denúncia deste clima de insegurança, exigindo às autoridades a defesa mais assertiva das populações que se sentem como que abandonadas face à forma relativamente impune com que os grupos armados atuam e espalham o terror à sua passagem".
Segundo o Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo divulgado recentemente pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, "as perspetivas de futuro para a Nigéria não são otimistas".
"Em 2020, 60 anos após o país ter conquistado a sua independência, o direito à liberdade religiosa na Nigéria diminuiu drasticamente", pode ler-se neste documento, que aponta algumas causas para a violência terrorista, nomeadamente "a pobreza generalizada, a corrupção, a falta de segurança e uma população jovem sem direitos".