27 jun, 2021 - 15:24 • Ecclesia
O Papa assinou um novo texto sobre a violência no mundo, convidando todos a persistir no ideal de uma terra sem guerras e sem lógicas de “ódio”, sublinhando a responsabilidade dos líderes políticos neste campo.
“Não se deve renunciar ao sonho de um mundo sem guerras. Que todos os povos da Terra possam gozar da alegria da paz”, escreve Francisco num inédito para o livro “Paz na Terra. A fraternidade é possível”, da Livraria Editora do Vaticano (LEV).
A obra recolhe palavras e discursos do Papa sobre a paz e a fraternidade, com prefácio do patriarca da Igreja Copta Ortodoxa (Egito), Tawadros II.
Os textos de Francisco evocam as Guerras Mundiais, no século XX, o Holocausto, os atos terroristas no início do século XXI e a “propaganda do ódio”, sublinhando que paz é “espezinhada e maltratada”.
O Papa assinala no seu novo texto que a guerra está a ser “perigosamente reavaliada” ao nível global, afirmando que os responsáveis políticos vão responder por isso “diante de Deus e dos povos”.
Francisco enviou uma carta aos patriarcas que hoje(...)
Francisco reforça o seu alerta para que se aprendam as lições da história e se vá ao encontro de milhões de pessoas “obrigadas a fugir das suas casas, atingidas pela violência”.
“O esquecimento das dores das guerras torna-nos indefesos perante a lógica do ódio, facilita o desenvolvimento do belicismo. O esquecimento sufoca a genuína aspiração à paz e leva a repetir os erros do passado”, pode ler-se.
O Papa destaca que muitos usam justificações “aparentemente humanitárias, defensivas ou preventivas” para lançar guerras, alertando para o sofrimento que violência provoca e os “riscos” que a humanidade corre.
O texto retoma o conceito de “terceira guerra mundial aos bocados”, de que Francisco tem falado, com “crimes, massacres, destruições” em diversos países, apelando ao fim do tráfico de armas e ao fim do envolvimento de quem se diz cristão na sua produção.
“Basta de espadas, de armas, de violência, de guerra”, apela.
Francisco convida todas as religiões a promover a colaboração entre crentes para “deslegitimar a violência em nome de Deus”.