11 jul, 2021 - 19:07 • Cristina Branco
O bispo do Porto ordenou, este domingo, oito novos padres para a Diocese, numa cerimónia na Igreja dos Grilos, com algumas restrições de lotação e duração devido à pandemia de Covid-19. A maior parte são jovens com idades a rondar os 30 anos, mas, entre os novos sacerdotes, há também um com 57.
Serão “padres novos para um tempo novo”, sublinhou o bispo do Porto: “Até este momento, estávamos habituados, mais ou menos, usando uma linguagem típica dos motores, a substituir uma peça defeituosa, por idade ou por doença. Estes sacerdotes não vão ser para esse tempo. Estes sacerdotes vão ser para formar o povo de Deus para a mudança que se avizinha. Eles vão ser, talvez, menos executores e mais animadores”, explicou D. Manuel Linda.
O bispo do Porto revelou que os novos sacerdotes irão substituir, em paróquias da diocese, padres que faleceram durante a pandemia ou atingiram o limite da idade. Manuel Linda afirma que estes oito sacerdotes são “uma bênção”, mas não são suficientes para as necessidades, que pediam, no mínimo, 16.
Os novos padres irão marcar o início de “uma reestruturação de unidades pastorais”. O bispo do Porto explicou que “é preciso encarar o futuro da Igreja com uma nova mentalidade, no sentido de congregar o povo de Deus e levá-lo a colaborar para um bem coletivo em que o sacerdote será o grande animador e, desculpando a expressão, não será o faz-tudo”.
Em período de pandemia, e num momento em que os números de contágios estão a subir, D. Manuel Linda lembrou que “não se pode perder aquilo que é a dimensão de regressar às igrejas enquanto templo”.
À medida que as condições permitirem, se a pandemia for abrandando, disse o bispo, “temos de levar de novo a celebração do culto para o interior da igreja. Essa celebração não se faz dentro da nossa casa, muito menos diante de um computador, perante o Facebook. A celebração do culto é a comunidade que se reúne na casa do Senhor para, de forma coletiva, cantar os seus louvores”.
Face à proximidade da Jornada Mundial da Juventude, adiada para 2023, devido à pandemia da Covid-19, Manuel Linda afirmou que a preparação do evento tem de ser feita “neste momento que corre, depois é tarde”, alertou.
“Estamos a trabalhar afincadamente, mas sempre no provisório. É evidente que, se houvesse a possibilidade de nos encontramos, particularmente em grandes celebrações, que são sempre motivo de muito ânimo e incentivo coletivo, seria uma coisa. Não podendo ser, para já, estamos a trabalhar a partir dos pequenos grupos, a partir dos animadores, a partir das paróquias, mas não nos esquecendo que isso tem de ser feito neste momento”.