23 ago, 2021 - 23:00 • Ana Lisboa
O capelão açoriano na Base das Lajes, na Ilha Terceira, admite que poderá vir a existir uma "intensificação" dos aviões norte americanos por causa da retirada de civis e militares do Afeganistão até ao dia 31 de agosto.
De acordo com palavras do sacerdote, "não sabemos ainda como se vai processar tudo, mas é possível que haja uma intensificação do movimento na pista das Lajes".
O padre Gaspar Pimentel justifica com as necessidades de "transporte de pessoas e a distância entre os Estados Unidos e o Afeganistão, " mas adianta que, "por enquanto, ainda não se verifica".
Em seu entender, o "acolhimento e conforto espiritual" são o seu principal desafio, sublinhando que mantém uma relação "muito boa" com o capelão norte-americano, que é protestante.
"Não nos cruzamos tanto como certamente desejaríamos, por causa dos horários, mas temos uma relação muito amistosa", acrescentou este sacerdote, indicando que os militares norte-americanos católicos são assistidos espiritualmente pelo pároco de Porto Martins, padre José Júlio Rocha, que celebra semanalmente uma Eucaristia para eles nesta paróquia da ilha Terceira.
Na Base das Lages, a capelania assiste maioritariamente os militares portugueses, cerca de 200, que formam quase que uma paróquia, com a celebração dominical, às 20h00, têm ainda "um pequeno coro, um grupo de acólitos" e "o terceiro agrupamento de escuteiros do CNE nos Açores, o agrupamento 111".
Trata-se de uma "comunidade pequena, mas muito viva", que antes da pandemia também tinha catequese, afirma o Capelão.
A Diocese de Angra informou, entretanto, que a Base das Lajes tem sido um espaço importante para os norte-americanos que mantém um contingente de cerca de 200 militares em solo português e, sobretudo depois do fim da guerra fria, tem servido para várias operações militares no Médio Oriente, em especial para escalas técnicas e de reabastecimento.
Os talibãs conquistaram Cabul, a capital do Afeganistão, no dia 15 de agosto, uma reconquista do grupo que governou o país entre 1996 e 2001 e que começou com o início da retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.