31 ago, 2021 - 17:24 • Ana Lisboa
O Santuário de Fátima informa que "foi adiada para uma data mais oportuna, ainda não definida" a visita da Imagem Peregrina ao Cáucaso, "devido à emergência sanitária que se verifica nesta região do Mundo".
"O aumento do número de casos de Covid-19, nomeadamente o número de mortes e as consequentes restrições de mobilidade na zona", levaram os responsáveis das dioceses locais, Geórgia, Azerbaijão e Arménia, a adiar esta visita "tão esperada e desejada" como refere o Núncio Apostólico, o Arcebispo D. José Avelino Bettencourt numa carta enviada ao Reitor do Santuário.
O Arcebispo afirma que "é com imenso embaraço que venho participar esta realidade, pedindo desculpa pela situação e que seja concedida uma futura data para a muito desejada visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima à região".
Na Geórgia, país com 3,5 milhões de habitantes regista-se uma média de 50 vítimas por dia e no Azerbaijão as fronteiras encontram-se fechadas, com muitas limitações de circulação.
De acordo com o programa da visita ao Cáucaso, a Imagem nº 2 da Virgem Peregrina de Fátima iria passar pelas paróquias e comunidades católicas dos três países: no Azerbaijão, país de maioria muçulmana, iria estar de 20 a 27 de setembro, na Geórgia, de 28 de setembro a 14 de outubro e, por fim, na Arménia, país berço do cristianismo, de 15 a 31 de outubro.
A Imagem deveria passar pelas paróquias e comunidades católicas dos três países, onde já decorria até uma preparação com catequeses e celebrações alusivas à mensagem de Fátima, com uma intenção específica "de reconciliação e de paz", numa zona onde permanecem congelados vários conflitos, alguns reacesos no decurso do ano passado, que ameaçam a estabilidade e a segurança de toda a região.
Esta viagem é para o Santuário de Fátima "muito importante", dado que se trata de uma região do continente europeu fustigada há muitos anos por guerras e graves crises políticas.
A Arménia, primeiro país a proclamar o Cristianismo como sua religião no ano de 301, está envolvida numa guerra com o vizinho Azerbaijão desde 1989 e "estes dois países precisam de paz e de uma reconciliação que tarda em chegar".
Os apelos à paz e conversão feitos por Fátima "assumem especial atualidade nesta região, ainda instável, e com feridas abertas causadas pelo mais recente conflito fronteiriço sobre Nagorno-Karabakh, que opõe a Arménia cristã ao Azerbaijão muçulmano". Quanto à Geórgia, "maioritariamente ortodoxa, está a braços com revoltas independentistas nas regiões de Ossétia do Sul e Abkhazia" justifica assim o Santuário da Cova da Iria.