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Visita à Hungria

Papa adverte para surtos de ódio. O "antissemitismo é um rastilho que deve ser apagado"

12 set, 2021 - 09:07 • Inês Rocha , Pedro Mesquita

Durante um encontro com os representantes do conselho ecuménico das igrejas e algumas comunidades judaicas da Hungria, o Papa apelou à integração e à educação para a fraternidade.

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Papa na Hungria. "Antissemitismo é um rastilho que deve ser apagado"
Papa na Hungria. "Antissemitismo é um rastilho que deve ser apagado"

O Papa lembrou, este domingo, em Budapeste, que o "antissemitismo, que ainda serpeja na Europa e não só, é um rastilho que deve ser apagado".

No primeiro discurso público da visita de Francisco à Hungria, durante um encontro com os representantes do conselho ecuménico das igrejas e algumas comunidades judaicas da Hungria, apelou à integração e à educação para a fraternidade.

"Sempre que houve a tentação de absorver o outro, em vez de construir, destruiu-se; e o mesmo se verificou quando se quis colocá-lo num gueto, em vez de o integrar. Quantas vezes aconteceu isto na história! Devemos estar vigilantes e rezar para que não volte a suceder", afirmou o Papa.

"Devemos empenhar-nos em promover juntos uma educação para a fraternidade, a fim de que não prevaleçam os surtos de ódio que a querem destruir. Penso na ameaça do antissemitismo, que ainda serpeja na Europa e não só; é um rastilho que deve ser apagado".

Para Francisco, "a melhor forma de neutralizar" o antissemitismo "é trabalhar positivamente juntos, é promover a fraternidade".

Neste primeiro discurso, o Papa evocou um poeta húngaro, Miklós Radnóti, "cuja brilhante carreira foi truncada pelo ódio cego de quem, só por ele ser de origem judaica, primeiro impediu-o de lecionar e depois arrebatou-o à sua família".

Francisco citou partes da obra "Notas de Bor", em que o poeta "faz uma pergunta, válida para nós ainda hoje": «E tu, como vives? A tua voz encontra eco nestes tempos?» (Notas de Bor, Primeira écloga).

"O eco das nossas vozes, queridos irmãos, só pode ser o daquela Palavra que o Céu nos deu: eco de esperança e de paz. E mesmo que não sejamos ouvidos ou acabemos por ser mal compreendidos, nunca reneguemos com os factos a Revelação de que somos testemunhas", afirmou o Papa, perante representantes de comunidades judaicas na Hungria.

No final do discurso, Francisco brincou: "desculpem ter falado sentado, mas não tenho 15 anos".

Francisco partiu esta manhã de Roma rumo à capital húngara, onde chegou pelas 7h42 locais (menos uma em Lisboa).

No Aeroporto Internacional de Budapeste, o Papa foi recebido pelo vice-primeiro ministro da República da Hungria, Zsolt Semjén, e duas crianças em trajes tradicionais, antes de seguir, em veículo fechado, para o Museu de Belas Artes de Budapeste.

Aí, o Papa teve um encontro privado com o presidente húngaro, Janos Ader, e com o primeiro-ministro Viktor Orban.

Após este encontro, o Papa celebra missa na Praça dos Heróis, em Budapeste.

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