16 set, 2021 - 10:22 • Olímpia Mairos
As igrejas no Paquistão estão a reforçar as medidas de segurança para responderem à possível ameaça de ataques terroristas, após o regresso ao poder dos talibãs no vizinho Afeganistão.
A medida foi tomada após uma reunião de líderes católicos e protestantes e resulta da preocupação de que grupos extremistas possam desencadear ataques contra os cristãos e outras comunidades religiosas minoritárias no Paquistão.
Em declarações à Fundação AIS, Sajid Christopher, ativista dos direitos humanos naquele país, afirmou que há efetivamente o receio de o partido Tehreek-e-Taliban Paquistão (TTP) e outras organizações militantes próximas dos extremistas, que agora ocupam o poder em Cabul, venham a lançar uma onda de violência contra as minorias religiosas.
Segundo Christopher, a chegada ao poder dos Talibãs “vai fortalecer o TTP, assim como outros grupos islamitas e isso pode gerar novos ataques”.
No sentido de prevenir e evitar possíveis ataques, a Igreja tem vindo a implementar várias medidas de segurança.
“Já não é estranho ver pessoas ligadas a equipas de segurança, por vezes até armadas, junto às principais igrejas, especialmente durante as celebrações religiosas. Muitos dos que fazem esse trabalho são voluntários e desempenham uma missão essencial na prevenção de eventuais ataques terroristas”, indica a fundação pontifícia.
Os voluntários não substituem as equipas da polícia destacadas para as igrejas, mas complementam esse trabalho, explica à AIS Arif Khan, responsável por uma equipa de 15 voluntários que têm como missão assegurar a proteção dos paroquianos que frequentam a Catedral do Sagrado Coração, na cidade de Lahore.
“Os voluntários estão equipados com detetores de metais”, refere Arif, explicando que “o objetivo é prevenir a entrada de armas ou de objetos que possam ser usados em possíveis ataques contra os fiéis”.
Os atentados na última década em Quetta, Lahore ou Peshawar, com as igrejas a serem palco de explosões de bombas, que causaram mais de uma centena de mortos, são encarados como um aviso do que pode vir a acontecer, face também a uma crescente onda de intolerância para com os cristãos.