19 set, 2021 - 09:42 • Henrique Cunha
A participação massiva nas eleições é importante para evitar o triunfo dos populismos, considera o teólogo Jorge Cunha, da Universidade Católica Portuguesa.
“O combate ao populismo, aos grupos daqueles que querem impor os seus interesses ao todo da comunidade política, tem de ser bloqueado pela nossa participação”, diz
Professor de teologia moral no centro regional do Porto da Universidade Católica, Jorge Cunha considera “muito importante” que no próximo domingo, dia 26 de setembro, dia de eleições autárquicas, nos “lembremos que nunca devemos deixar que os outros nos governem para lá da nossa vontade”.
O professor da UCP rejeita o argumento de muitos abstencionistas que dizem que não vale a votar porque “são todos iguais, ou já está tudo decidido”.
“Não pode ser, os políticos são delegados do povo, e recebem o poder a partir da participação do povo, e não propriamente de uma máquina que já está montada previamente”, sublinha Jorge Cunha.
O teólogo diz que “se nós não participarmos, se nós não mostrarmos preferência por projetos de vida, nós estamos a deixar que os outros nos governem, e não estamos a afirmar a nossa autonomia” e a alerta para o facto de que, quando alguém deixa de participar num ato eleitoral está a permitir que “os interesses privados possam impor-se aos interesses da comunidade”.
Jorge Cunha e defende anda que “os cristãos têm de ser os primeiros, pela sua espiritualidade e pela sua convicção a mostrarem” interesse em votar.
A uma semana das eleições autárquicas, fala de três dimensões muito importantes na relação entre sociedade e política: “em primeiro lugar, a predominância da comunidade em relação à política no seu todo. Depois, a afirmação do princípio de subsidiariedade como forma de regulação da relação do poder nacional com o poder local. E por último, essa ideia de que nós somos o sujeito, e a política não existe para desenvolver interesses”.
“A política existe para propor, para satisfazer necessidades e as utilidades da vida comum e é muito importante que os católicos perceberem isso”; remata Jorge Cunha.