13 out, 2021 - 06:46 • Teresa Paula Costa
Não fora as máscaras e pareceria que a Covid-19 nunca existira.
Depois de dias 12 e 13 despidos de peregrinos, o recinto de oração do Santuário de Fátima voltou a encher-se para acolher milhares de devotos de Nossa Senhora.
Muitos foram chegando a pé nos dias que antecederam o arranque das celebrações, outros vieram no dia 12 pela manhã e foram logo ao recinto. Ali colocaram a sua cadeira de praia e ali ficaram.
Foi o caso de Elvira e Manuel Real que vieram do Fundão. A septuagenária não tirava a sua máscara e, na mala, guardava o desinfetante.
O casal veio de autocarro onde passaria a noite, algo a que já está habituado das peregrinações de muitos anos, antes da Covid chegar. “A gente não tem sono” disse Elvira, preparada para uma maratona em Fátima.
Enquanto chegava a hora das celebrações, o casal concentrava-se a rezar o terço, juntamente com outros amigos com quem veio.
À medida que se aproximava a hora de início das celebrações, o espaço disponível no recinto ia desaparecendo. O tocheiro continuava a queimar as velas, símbolo da gratidão de milhares de pessoas que colocaram toda a esperança na Virgem de Fátima. Pequenos milagres que acontecem na vida e que marcam, como o que Manuel Real testemunhou.
Foi num ano em que João Paulo II veio a Fátima. “Saímos do Fundão debaixo de chuva e chegámos aqui debaixo de chuva”, conta o septuagenário, mas “assim que o Papa entrou em território nacional, deixou de chover e enquanto ele cá esteve não choveu mais.” Mais tarde, “assim que ele saiu, foi chuva com fartura outra vez. Isto foi um milagre” rematou Manuel Real.
Histórias que os peregrinos de Fátima guardam com afeto e que, para sempre, ficarão na sua memória.