19 out, 2021 - 11:35 • Rosário Silva
No inicio da fase de consulta e mobilização da arquidiocese de Évora, no âmbito do processo sinodal convocado pelo Papa, D. Francisco Senra Coelho pede às paróquias que retomem as atividades dos seus conselhos pastorais.
“Espero que muitos conselhos pastorais que viveram as consequências da pandemia, que nos reteve nas nossas ações e nos confinou, retomem as suas atividades, de um modo reanimado, cheio de fogo de Deus, e com os seus pastores, façam esta reflexão na riqueza do contexto local, de cada paróquia”, solicita o arcebispo de Évora.
Na homilia que proferiu, na missa que assinalou a abertura do processo sinodal, o prelado apelou também às paróquias que ainda não tenham o seu conselho pastoral, que “o organizem” e façam “uso dos meios digitais”, nomeadamente dos que a diocese coloca à disposição dos cristãos.
“Queremos chegar ao maior número possível de cristãos da nossa arquidiocese e queremos ouvir também aqueles que se afastaram magoados e feridos, por qualquer atitude ou gesto que os traumatizou, da nossa parte, comunidades cristãs”, sublinhou.
D. Francisco Senra Coelho salienta que é preciso, também, “ouvir aqueles que tem sede de esperança e querem encontrar um caminho de verdade, querem encontrar-se com a vida e descobrir uma estrada com saída”. Para estes, em particular, e para todos, em geral, os meios digitais permitem a participação “na individualidade da sua reflexão, nas suas casas”.
“Se não chegarmos a esta Igreja de proximidade, com atitudes de compaixão e ternura não seremos a Igreja do Senhor, porque este foi sempre o rosto misericordioso do Pai que Ele apresentou”, salienta.
Na arquidiocese de Évora, o prelado nomeou o cónego Carlos Cardoso de Melo como responsável arquidiocesano da consulta sinodal, visando o Sínodo dos Bispos de 2023.
A primeira fase, entre de outubro de 2021 a abril de 2022, é dedicada à consulta das dioceses, contribuindo para colocar em andamento “as ideias, as energias e a criatividade” de todos os que participarem.
“O tema da sinodalidade não é o capítulo de um tratado de Eclesiologia, muito menos uma moda, um slogan, ou um novo termo a ser usado e instrumentalizado nos nossos encontros. Não! A sinodalidade expressa a natureza da Igreja, a sua forma, o seu estilo e a sua missão”, afirma o arcebispo.
Esta convocatória pretende fazer da diocese “um lugar aberto, onde todos se sintam em casa e possam participar”. Por outro lado, o sínodo oferece a oportunidade para “nos tornarmos uma Igreja em escuta, ao fazer uma pausa nos nossos ritmos, ao encontrar controlo para as nossas ânsias pastorais, para pararmos na oração e escutarmos no discernimento”.
Uma Igreja de proximidade “é feita de sinais, e a sinodalidade, o caminharmos juntos, faz-nos perceber o outro até às suas entranhas, aceitando-o com verdadeira empatia” e “percebendo-o na sua ansiedade, verdade, amor e justiça”, acrescenta, para terminar recordando que “começa por nós este sínodo”.