28 out, 2021 - 11:50 • Olímpia Mairos
O presidente da Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE), cardeal Jean-Claude Hollerich, em carta endereçada a todos os líderes das instituições europeias participantes da próxima COP26, exorta a União Europeia a desempenhar um papel de liderança, a nível internacional, para uma resposta ousada à emergência climática.
“Limitar o aquecimento global a 1,5 graus centígrados é um profundo imperativo moral”, escreve o presidente da COMECE, advertindo que “o mundo ainda não está no bom caminho para alcançar os compromissos do Acordo de Paris”, sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa.
“Há muito mais a fazer para evitar que as temperaturas globais aumentem mais de 1,5 graus em relação aos níveis pré-industriais”, afirma o prelado, apelando aos líderes da UE para “acelerarem a ação climática e promoverem um cuidado holístico da nossa Casa Comum”.
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O arcebispo do Luxemburgo alerta ainda para “a terra” que “grita”, explicando que “esses gritos tomaram a forma de altas temperaturas, com recordes a ser quebrados em muitas regiões; de inundações mortais e incêndios florestais que devastam comunidades em toda a Europa e no mundo; de perda material agravada por traumas sociais e psicológicos”.
O presidente da COMECE, que é o embaixador da Aliança Europeia Laudato Si, alude ainda à pandemia de Covid-19, afirmando que esta veio mostrar que “tudo está interligado e interdependente e que a nossa saúde está indissociavelmente ligada à saúde do ambiente em que vivemos”.
Neste período de transformação global, “a Europa tem a responsabilidade de respeitar, proteger e promover os direitos e a dignidade das pessoas, especialmente as das situações mais vulneráveis e marginalizadas”, escreve D. Jean-Claude Hollerich.
Na carta dirigida aos líderes europeus, o cardeal Hollerich deixa um conjunto de desafios para fazer face ao “momento crítico”, incentivando a “aumentar a ambição no combate às alterações climáticas e à proteção da natureza”, com novos compromissos financeiros, de transição energética, proteção da biodiversidade e apoio aos países em desenvolvimento.
A cimeira do clima das Nações Unidas vai decorrer em Glasgow, entre 31 de outubro e 12 de novembro.
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