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Abusos de menores. “Faremos tudo para proteger as vítimas”, garante Conferência Episcopal

08 nov, 2021 - 16:30 • Teresa Paula Costa

A proteção de menores é uma prioridade para a Igreja portuguesa, garante o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa. Na abertura da assembleia plenária da CEP, o presidente, D. José Ornelas, afirmou também que a nova lei da eutanásia “lança um manto de sombra que não dignifica os últimos dias desta legislatura”.

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O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. José Ornelas, assumiu nesta segunda-feira, em Fátima, que “a Igreja toma como prioritário” o tema “da proteção de menores e pessoas vulneráveis”.

“Faremos tudo para proteger as vítimas, apurar a verdade histórica e impedir estas situações dramáticas”, afirmou D. José Ornelas, no seu discurso de abertura da assembleia plenária da CEP.

De acordo com o presidente da CEP, esta assembleia tem como propósito “verificar os processos em curso, articular melhor as instâncias diocesanas e a coordenação nacional, de modo a oferecer oportunidades seguras e fiáveis no acolhimento de denúncias e acompanhamento às vítimas de abusos, na clarificação de processos e, sobretudo, na formação de pessoas”.

Lei da eutanásia “ensombra” legislatura

D. José Ornelas, que é também bispo de Setúbal, criticou o momento escolhido para a discussão e aprovação da lei da eutanásia “por uma Assembleia da República moribunda”. Referindo que “o modo e o momento desta iniciativa lançam um ulterior manto de sombra que não dignifica os últimos dias desta legislatura”, o bispo defendeu que “a ideologia não se pode sobrepor à defesa do direito à vida” e garantiu que a Igreja “continuará a fazer tudo para que a dignidade da vida humana seja respeitada sem ser necessário o recurso à morte.”

No entender do bispo, “as mais altas instâncias do país devem pronunciar-se de acordo com as prerrogativas constitucionais de que dispõem”.

Eleições antecipadas. Exige-se que "todos estejamos à altura"

Na opinião do presidente da CEP, o momento que Portugal vive é “complicado” e exige que “estejamos à altura”, o que significa “tomar decisões certas que tenham por base o bem comum, sobretudo numa atenção particular aos mais frágeis e marginalizados e àqueles que, por causa da pandemia, enfrentam problemas sociais e económicos.”

Por outro lado, “é fundamental que esta nova etapa da vida do país possa contar com a participação acrescida dos cidadãos, na clarificação do panorama político” e é “urgente que os partidos encarem com credibilidade e sentido de Estado os desafios e oportunidades” do futuro imediato.

Vacinas e clima. Solidariedade e justiça precisam-se

Na abertura da assembleia plenária, em Fátima, D. José Ornelas apelou ao “acesso da população mundial a vacinas e a recursos”, sem o qual “as melhores práticas dos países com mais possibilidades económicas acabarão por naufragar em novos contágios” e agradeceu ainda “a todos os profissionais de saúde que, incansavelmente e à custa da sua própria saúde, cuidaram daqueles que foram atingidos por esta enorme crise” e “a todos aqueles que mostraram o lado bom da humanidade e da fé cristã”.

Aludindo à recente conferência sobre as alterações climáticas que decorre em Glasgow, o bispo apontou que “não se podem perder estas derradeiras oportunidades para conter, não as nuvens que pairam sobre o horizonte de amanhã, mas a dramática realidade das catástrofes que chegam, hoje e cada vez mais, às nossas casas”. Este é “um tema fundamental para o futuro do planeta”, lembrou D. José Ornelas.

Os bispos portugueses estão, a partir desta segunda feira e até 11 de novembro, reunidos em assembleia plenária na Casa Nossa Senhora das Dores, em Fátima.

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