12 nov, 2021 - 11:24 • Ângela Roque
Assis, a terra natal de São Francisco, foi palco esta sexta-feira de um comovente encontro do Papa com cerca de 500 pessoas desfavorecidas e em situação de grande fragilidade.
Francisco ouviu e agradeceu os testemunhos que ali foram partilhados, lembrando que não são os pobres os responsáveis pela existência da pobreza.
“A presença dos pobres é vista muitas vezes como um incómodo que se tolera. E há quem diga que os responsáveis pela pobreza são os pobres! Um insulto, acima de tudo”, afirmou o Papa, acrescentando que “há que fazer um exame de consciência às nossas próprias ações, à injustiça de determinadas leis e medidas económicas, e à hipocrisia dos que querem enriquecer à custa dos mais fracos”.
Para Francisco, não é possível continuar a ignorar a pobreza que alastra no mundo, e que se manifesta de tantas formas, e renovou o apelo a que se combata a indiferença.
“É tempo de abrir os olhos para ver o estado de desigualdade em que vivem tantas famílias. É tempo de restituir a dignidade, criando postos de trabalho. É tempo de nos escandalizarmos perante as crianças que morrem de fome, são escravizadas, vítimas de naufrágio e de toda a espécie de violência. É tempo de quebrar o círculo de indiferença”, afirmou o Papa.
Este encontro de oração e testemunho, que marca o início das celebrações do V Dia Mundial dos Pobres, decorreu na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis, onde o Papa começou por ser acolhido pelas autoridades locais e convidados, que lhe entregaram o manto e o cajado do Peregrino.
Depois de um momento de oração, Francisco regressará ao Vaticano, mas os participantes no encontro serão recebido, para o almoço, pelo bispo de Assis, D. Domenico Sorrentino, e vão receber mochilas, com peças de vestuário e máscaras anti-Covid.
O Dia Mundial dos Pobres será assinalado domingo com uma eucaristia presidida pelo Papa na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Está prevista a participação de duas mil pessoas acompanhadas por diversas associações de Roma.