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Jesuítas resgatam e acolhem 220 cidadãos afegãos

17 nov, 2021 - 09:15 • Olímpia Mairos

Boa parte são familiares dos 251 refugiados afegãos acolhidos em Portugal, desde a tomada do poder pelos talibãs, em agosto deste ano.

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O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) anunciou esta quarta-feira que, em conjunto com uma fundação norte-americana, resgatou e vai acolher em Portugal 220 cidadãos afegãos.

Do grupo fazem parte 115 jogadores e familiares da Equipa Nacional de Futebol Juvenil Feminino do Afeganistão, pessoas que trabalharam para as forças armadas portuguesas, bem como outras famílias referidas pelo JRS Portugal.

“É com enorme prazer que oferecemos às pessoas uma oportunidade para apreciar a beleza e a segurança deste país, e serem acolhidas por um povo tão generoso como o português", afirma, em comunicado Elizabeth H. Weatherman e Andrew P. Duncan, co-representantes da The Romulus T. Weatherman Foundation.

Os membros da fundação norte-americana assinalam, no entanto, que apesar das boas notícias, “a realidade é agridoce”, na medida em que “centenas de pessoas ficaram de fora destes aviões”.

“Estas duas centenas representam apenas uma pequena fração das dezenas de milhares de pessoas desesperadas por escapar do Afeganistão e que merecem uma oportunidade”, sublinham, alertando que, “sem a colaboração dos vários governos e os recursos necessários, será impossível ajudar os milhares de afegãos em risco”.

Neste contexto, acrescentam que “não existe atualmente um programa de financiamento pensado para a reinstalação de afegãos nos Estados Unidos ou na União Europeia e há demasiados afegãos para a quantidade de fundações privadas ou organizações não governamentais com capacidade efetiva para ajudar”.

“As crianças do Afeganistão são vítimas inocentes e o Governo dos Estados Unidos tem a obrigação moral de garantir a sua segurança e criar um futuro melhor para elas”, alertam.

Já o diretor-geral do JRS Portugal, André Costa Jorge, destaca que quando a sociedade civil e o Governo se unem, centenas de vidas podem ser salvas.

“Quando damos a mão a quem está sozinho ou separado da sua família, quando acompanhamos e amplificamos as suas vozes, estamos a construir uma verdadeira cultura do encontro e de solidariedade, que nos une como seres que fazem parte de uma família maior: a família humana”, afirma André Costa Jorge.

No total, Portugal já acolheu 476 refugiados afegãos, sobretudo pessoas que colaboraram com as forças militares portuguesas, com as da NATO ou as das Nações Unidas.

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