17 nov, 2021 - 07:12 • Ângela Roque
Se a partir desta quarta-feira vir um monumento ou edifício público iluminado a vermelho, é porque aderiu à “Red Week”, uma semana que é um alerta para a situação dos cristãos perseguidos no mundo, muitos deles mortos por ódio à fé. A iniciativa é organizada pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre e vai decorrer a nível mundial nos países onde a AIS tem secretariados, mas não só.
“Estou a lembrar-me, por exemplo, da catedral de Alepo, na Síria, é uma das que vai estar iluminada para lembrar todos estes mártires que existem no mundo de hoje”, diz à Renascença Catarina Martins Bettencourt, diretora do secretariado da AIS em Portugal.
Por cá vão voltar a iluminar-se de vermelho o Santuário do Cristo Rei, em Almada, o Santuário de São Bento da Porta Aberta, no Gerês, e a Basílica dos Congregados, em Braga. Mas, de norte a sul são muitas as paróquias que vão aderir. “Há várias que nos têm contactado, e que mesmo que não iluminem tudo de vermelho, irão ter um gesto simbólico para lembrar esta realidade dos mártires pela fé", explica aquela responsável.
A “Red Week” marca, também, o início da campanha de Natal da AIS em Portugal, que este ano é dedicada aos deslocados e refugiados e à ajuda humanitária que é preciso assegurar. Para Catarina Martins Bettencourt não podia ser de outra forma, até porque a missão da AIS “começou no Natal de 1947, para ajudar os refugiados do pós-guerra na Alemanha destruída”, e agora, “74 anos depois, dada a pressão que existe, não podíamos deixar de tentar dar resposta aos pedidos crescentes de ajuda”.
“Há no mundo mais de 82 milhões de refugiados e deslocados, é um número gigantesco”, sublinha a responsável pela AIS. A campanha destina-se a seis países em particular onde a Fundação tem projetos e onde foram identificadas necessidades mais urgentes: Síria, Nigéria, Líbano, Moçambique, República Democrática do Congo e o Burkina Faso.
A campanha pretende mobilizar recursos que permitam a quem está no terreno continuar a ajudar. “Em Moçambique, por exemplo, em Cabo Delgado, na diocese de Pemba, a Igreja precisa de ajuda para tudo, desde abrigos, vestuário, refeições, a parte do apoio psicológico às pessoas que chegam traumatizadas com tudo o que viveram e foram forçadas a ver, até ao acesso à educação de crianças e jovens que estão nos campos de refugiados. E, claro está, porque somos uma instituição que tem esta missão pastoral, também temos de ajudar a Igreja na sua missão de evangelizar, de catequese, de apoio aos sacerdotes”, explica.
A campanha de Natal da AIS vai decorrer até ao final do ano. Que quiser contribuir pode consultar o site da Ajuda à Igreja que Sofre, ou contactar a Fundação através do telefone 217 544 000.