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“Um centenário de todos para todos”. Diocese de Vila Real em festa durante um ano

25 nov, 2021 - 12:00 • Olímpia Mairos

D. António Augusto Azevedo indica que a celebração além de ser um tempo de gratidão deve ser uma oportunidade para olhar para o futuro e de crescimento assente nas raízes.

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A Diocese de Vila Real vai estar em festa ao longo de um ano. Será um ano jubilar para celebrar 100 anos de vida.

“Trata-se de celebrar 100 anos de história. Sendo Vila Real uma diocese relativamente jovem, não deixa de ser uma etapa muito marcante. Gostaria que este fosse um centenário de todos e para todos”, afirma o bispo de Vila Real, D. António Augusto Azevedo.

O centésimo aniversário da diocese comemora-se a 20 de abril, mas o ano jubilar arranca já 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição, a padroeira desta diocese, e prolonga-se até 8 de dezembro de 2022.

D. António Augusto deseja envolver no espírito do centenário toda a Igreja diocesana, “o clero e os leigos, as famílias, as paróquias, toda a gente, as instituições variadas da vida eclesial” porque “a diocese é composta por todos e a Igreja são todos, e certamente também aqui um todos abrangente, alargado àquelas pessoas” que não são praticantes.

Ao longo de um ano estão previstas diversas iniciativas como peregrinações à Sé, exposições, colóquios, tertúlias e concertos.

“Os eventos são abertos e abertos a todos e dirigidos a todos”, afirma o prelado, apelando, por isso, à participação.

O bispo da Diocese de Vila Real destaca o cariz litúrgico e religioso das comemorações, assinalando também a “forte componente cultural” e o desejo de “chegar a toda a diocese”.

“O elemento mais forte é a componente espiritual, sobretudo tendo em conta que o momento mais simbólico é o da peregrinação. Será não só um ano de centenário, mas um ano jubilar o que, na tradição da igreja, tem um grande significado”, explica D. António Azevedo

Os oito arciprestados (Baixo Tâmega, Centro II, Centro, Douro I, Douro II, Barroso, Alto Tâmega e Terra Quente) tem, por isso, um mês designado para a realização das peregrinações que podem ser familiares ou comunitárias à Sé de Vila Real, a igreja-mãe da diocese.

Para D. António Augusto Azevedo, a celebração do centenário além de ser um tempo de gratidão deve ser uma oportunidade para olhar para o futuro e de crescimento assente nas raízes. “Espero que este ano, sendo de festa, com certeza de celebração, seja também um ano que potencia um crescimento sem perder as raízes, as raízes cristãs, as raízes de fé, as raízes culturais do povo desta religião sem as perder”, assinala o prelado, realçando que “é fundamental continuar esta renovação da Igreja para ser uma Igreja capaz de responder ao século XXI e aos desafios que temos que são grandes e importantes à nossa frente”.

O bispo da Diocese de Vila Real lembra que nos últimos 100 anos e, sobretudo, desde os anos 60 do século passado, a Igreja sofreu “uma profunda transformação”.

A Diocese de Vila Real foi criada pelo Papa Pio XI pela Bula ‘Apostolicae Praedecessorum Nostrorum’, de 20 de abril de 1922, com paróquias da Arquidiocese de Braga (166) e das Dioceses de Lamego (71) e de Bragança (19), ficando com os limites do distrito de Vila Real.

Há 100 anos a diocese tinha 400 padres e 259 paróquias e hoje tem 264 paróquias e 102 padres, um número que D. António Augusto considera ser “interessante e simpático” para “os dias que correm”.

As celebrações

As celebrações do centenário, com o lema “Crescer com Raízes”, terão o seu ponto alto no dia 20 de abril de 2022 com a celebração litúrgica, um concerto do órgão sinfónico da Sé e a abertura de uma exposição no Museu do Som e da Imagem.

A exposição documental, de fotografias e de microfilmes estará patente em Vila Real até junho, entrando depois em itinerância pelas cidades de Peso da Régua, Chaves e Valpaços.

Para o seminário de Vila Real está prevista uma outra exposição com objetos e obras de arte, nomeadamente os objetos pessoais dos bispos que serviram a diocese e peças de arte do próprio seminário e da Sé.

O programa contempla também um colóquio “A criação da Diocese de Vila Real”, numa parceria com a Universidade Católica Portuguesa.

Haverá ainda várias tertúlias, a realizar em vários locais da diocese nomeadamente em vilas e cidades, onde serão partilhados olhares, testemunhos e vivências sobre figuras, instituições e aspetos relevantes da vida da diocese e da sua relação com a sociedade.

Em termos musicais, estão previstos vários concertos pela Orquestra do Norte, Coro Câmara D’Ouro e pelo órgão sinfónico com 2.180 tubos da Sé que terá a sua programação reforçada.

Segundo o padre Manuel Queirós, da comissão do centenário da Diocese de Vila Real, o programa não está fechado e as iniciativas vão acontecer de forma presencial, com as restrições determinadas, a cada momento, pela pandemia de Covid-19, e terão transmissão ‘online’.

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