03 dez, 2021 - 11:30 • Olímpia Mairos
O bispo D. José Cordeiro diz, numa mensagem dirigida à Arquidiocese de Braga, que “com fé humilde aceito a missão que o Papa Francisco me confia para ser servidor do Evangelho da Esperança com o Povo santo de Deus peregrino na Arquidiocese de Braga”.
O Vaticano anunciou esta sexta-feira a nomeação, pelo Papa Francisco, de D. José Cordeiro como novo arcebispo para a Arquidiocese de Braga. O até agora bispo de Bragança-Miranda sucede a D. Jorge Ortiga, que há mais de dois anos pediu a resignação por motivos de idade.
“O meu desejo é aprender convosco a configurar-me em cada dia com a palavra de Jesus que diz 'estou no meio de vós como aquele que serve' (Lc 22, 27). O desafio é grande, mas a força maior é a alegria do Senhor. Ele é sempre a melhor alegria, que sempre nos surpreende!”, afirma o prelado na mensagem.
D. José lembra que a Igreja presente em Braga “peregrina há muitos séculos com enormes rasgos de santidade, o rosto mais belo da Igreja e, ao mesmo tempo, com inúmeras estruturas geográficas, culturais, pastorais e antropológicas”.
“Ao olhar a longa história da Arquidiocese de Braga encoraja-nos o dom de tantos homens e mulheres, nomeadamente: Martinho de Dume, Geraldo, Frutuoso, Bartolomeu dos Mártires, Alexandrina de Balazar, Bernardo de Vasconcelos…”, escreve, ainda.
“Tempo para agradecer o passado, renovar o presente, bem como sonhar e desenhar o futuro”
D. José Cordeiro, saúda “cordialmente o Senhor D. Jorge Ortiga, agradecendo a Deus o seu intenso e dedicado ministério pastoral na Igreja bracarense, na Província Eclesiástica de Braga e na Conferência Episcopal Portuguesa” e estende a “saudação fraterna ao Senhor D. Nuno Almeida, Bispo Auxiliar”.
Na sua primeira mensagem à arquidiocese, D. José Cordeiro não esquece os presbíteros, os diáconos, os consagrados e os jovens em especial os que estão nos seminários e casas de formação e outros lugares “onde buscam, na gramática do amor, os vários caminhos para Jesus Cristo, rumo à JMJ Lisboa 2023”.
O novo arcebispo de Braga saúda também todos os leigos, famílias, movimentos e grupos eclesiais, organismos diocesanos de pastoral, Cáritas, Instituições de Solidariedade social, misericórdias, Confrarias e Irmandades, a quem garante “disponibilidade e oração, esperando encontrar a todos e contar com a vossa colaboração e corresponsabilidade na concretização de uma Igreja de proximidade, compaixão e ternura”.
“Saúdo as irmãs e os irmãos: doentes, reclusos, pobres, pessoas com deficiência, desempregados, migrantes, minorias étnicas e todos os mais velhos e mais sós que sofrem e vivem nas periferias existenciais e numa crescente globalização da indiferença. Na nossa Igreja sinodal e samaritana, o próximo é todo aquele que precisa de mim e de quem me aproximo. É a necessidade que o torna tão próximo de mim para lhe fazer sentir as carícias de Deus”, escreve o novo arcebispo.
Com as autoridades autárquicas, civis, académicas, militares, forças de segurança e proteção, órgãos de comunicação social, D. José Cordeiro diz esperar manter “uma sincera cooperação recíproca em ordem ao bem comum, à dignidade das pessoas, à fraternidade e amizade social”.
“Este é um tempo para agradecer o passado, renovar o presente, bem como sonhar e desenhar o futuro. A todos convido a servir sempre mais e melhor, com amor, humanidade e humildade. A escuta, a conversão, a confiança, a comunhão, a coragem criativa e a oração são caminhos sempre a percorrer no processo sinodal para uma Igreja de hoje. A comunhão e a participação são elementos decisivos para a missão essencial da Igreja, para ver novos todos os mistérios de Cristo”, escreve o novo arcebispo de Braga.
Antes de sair de Bragança-Miranda, e na mensagem que dirige à diocese que serviu durante 10 anos, D. José Cordeiro agradece ao clero e a todas as autoridades.
“No serviço do ministério episcopal na nossa amada Diocese de Bragança-Miranda procurei doar-me como peregrino do Evangelho da Esperança, para mostrar os mistérios de Cristo”, afirma o prelado, pedindo “perdão por todas as vezes que não fui o pastor, o pai, o irmão, o amigo e o companheiro de viagem, segundo o Coração de Deus”.
“Recomendo-me à misericórdia de todas as crianças, adolescentes, jovens e adultos, sobretudo dos mais velhos, dos pobres, dos reclusos, dos migrantes, das pessoas com deficiência, das minorias étnicas e de todas as outras periferias existenciais que são invisíveis”, escreve D. José.
“Rezai por mim e rezemos juntos, para que em breve Deus conceda a Bragança-Miranda um novo bispo”, conclui.