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Igrejas na Terra Santa acusam Israel de discriminar turistas cristãos

16 dez, 2021 - 05:40 • Lusa

Em causa, as restrições impostas devido à pandemia. A Igreja apela ao Ministério do Turismo israelita que permita as viagens durante a época festiva.

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Um porta-voz das igrejas cristãs na Terra Santa acusou Israel de discriminar turistas cristãos durante a época de férias de Natal, período em que habitualmente há uma presença elevada de pessoas.

Israel encerrou as suas fronteiras a estrangeiros em novembro, em resposta ao surgimento da nova variante da Covid-19 Ómicron.

Mas esta semana, as autoridades israelitas decidiram abrir uma exceção para o programa 'direito de nascença' [Birthright], que oferece viagens a Israel para jovens judeus de todo o mundo, sem custos.

São esperados, na próxima semana, grupos dos Estados Unidos, desde que os participantes tenham o esquema vacinal completo e permanecem em pequenas 'bolhas', noticia a agência AP.

As restrições permanecem em vigor para os restantes turistas estrangeiros, incluindo peregrinos cristãos que tradicionalmente se deslocam em grande número a locais como Jerusalém, Nazaré ou Belém, a cidade bíblica da Cisjordânia ocupada, reivindicada pelos cristãos como o local de nascimento de Jesus.

Para o porta-voz e conselheiro das igrejas cristãs na Terra Santa, Wadie Abunassar, várias responsáveis de diferentes ficaram indignados com o tratamento seletivo. "A discriminação racista nunca deve ser aceite de forma alguma. Exorto as autoridades israelitas a tratarem com igualdade todos aqueles que desejam visitar o país, sem qualquer discriminação religiosa", referiu numa nota divulgada na rede social Facebook.

A Igreja, juntamente com outras agregações, apelou ao Ministério do Turismo israelita para permitir que os peregrinos cristãos possam viajar durante a época festiva.

Israel admite exceções

O Ministério do Interior de Israel, que supervisiona as políticas de fronteira, esclareceu que as restrições mantêm-se e que não é permitida a entrada de estrangeiros naquele país.

Mas acrescentou que uma série de exceções foram permitidas, incluindo uma decisão "específica" para o programa Birthright.

Embora admita que as autoridades israelitas possam discutir a possibilidade de serem permitidas outras exceções no futuro, não forneceu mais detalhes sobre estas.

A proibição de estrangeiros entrarem em Israel afetou a indústria do turismo.

As autoridades de Belém, cuja economia depende fortemente dos visitantes na época do Natal, alertaram que estas restrições arruinaram a temporada de férias pelo segundo ano consecutivo.

A Cisjordânia não tem aeroporto próprio e a maioria dos visitantes estrangeiros chegam desde Israel.

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