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Cáritas de Braga no limite. Pedidos de ajuda duplicaram em 2021

29 dez, 2021 - 10:59 • Isabel Pacheco

Cáritas Arquidiocesana de Braga está sem meios para responder a mais pedidos de ajuda, que não param de chegar à instituição em tempo de pandemia. Até outubro, foram feitos perto de 8 mil atendimentos, o dobro de 2020.

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A Cáritas Arquidiocesana de Braga está no limite da capacidade de resposta aos pedidos de ajuda. O cenário é traçado por João Nogueira, presidente da instituição que, neste ano, registou um aumento da procura de “quase 100%”.

“Estamos mesmo no limite. Estamos naquilo que é a fronteira vermelha e, a médio prazo, receamos que não consigamos dar resposta a tamanha procura”, avisa o responsável.

Até outubro, a instituição fez perto de oito mil atendimentos, “o que representa a duplicação da procura” quando comparado com 2020, explica João Nogueira.

Os pedidos de ajuda chegam, sobretudo, “de pessoas com emprego”, mas com rendimentos insuficientes para suportar as despesas.

“O que mais nos preocupa são as famílias que saem todos os dias para o seu trabalho e que chegam a casa sem aquilo que é o mínimo indispensável para uma vida digna”, lamenta.

O agravamento da situação económica e social também está a fazer muitos portugueses “regressarem à pobreza”, alerta o presidente da Cáritas de Braga.

“São pessoas que apoiámos em tempos e que conseguimos alavancar socialmente e neste momento, muito devido ao mercado de arrendamento, regressaram à pobreza e à Cáritas. Estamos também muito preocupados com essa situação”, admite.

A instituição particular de solidariedade social (IPSS) teme, caso a pandemia não dê sinais de abrandar, que os próximos tempos possam trazer ainda mais dificuldades, uma vez que a procura de ajuda “continua a crescer”.

“Temos tido alguma capacidade de resposta institucional graças, muito, ao Fundo Social da Arquidiocese de Braga e ao programa da Cáritas Portuguesa para a inversão da pobreza em Portugal, e isso tem sido uma almofada, mas que tem os seus limites”, reconhece João Nogueira, que receia que se “aproximem tempos ainda muito mais difíceis”.

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