29 dez, 2021 - 10:17 • Ana Catarina André
Na audiência geral desta quarta-feira, o Papa Francisco frisou que a migração de hoje “é um escândalo social da humanidade” e convidou todos a rezar pelos migrantes, perseguidos e vítimas de circunstâncias adversas, “os que que começam a estrada para serem livres e muitos terminam na rua ou no mar”.
Na catequese, que teve como tema “São José, migrante perseguido e corajoso”, o Papa Francisco sublinhou que a família de Nazaré fugiu para o Egipto “experimentando a precariedade, o medo e a dor de ter de deixar a sua terra”.
“A lição que José nos deixa hoje é a seguinte: a vida apresenta-nos sempre adversidades, diante das quais podemos sentir-nos também ameaçados, amedrontados, mas não é mostrando o pior de nós, como faz Herodes, que podemos superar certos momentos, mas agindo como José, que reage ao medo com a coragem da confiança na Providência de Deus”, afirmou.
Com uma personalidade completamente distinta, o rei Herodes que, quando tomou conhecimento do nascimento de Jesus, ordenou que todas as crianças até dois anos fossem mortes, procura “defender o seu poder, a própria pele, com crueldade impiedosa”.
“A história está cheia de personalidades que, vivendo à mercê dos seus temores, procuram vencê-los, exercendo o poder de forma despótica e praticando gestos de violência desumanos”, disse. E alertou: “Não devemos pensar que só viveremos na perspetiva de Herodes se nos tornarmos tiranos; na realidade, é uma atitude em que todos podemos cair, sempre que procuramos afugentar os nossos medos com a prepotência, ainda que seja apenas verbal ou feita de pequenos abusos cometidos para mortificar quem está ao nosso lado. Também nós temos dentro do coração a possibilidade de sermos pequenos Herodes.”