04 jan, 2022 - 13:00 • Ângela Roque
‘Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso. Colocar-se ao lado de quem sofre num caminho de caridade’ é o tema da mensagem do Papa o próximo Dia Mundial do Doente, que se assinala a 11 de fevereiro.
No texto, divulgado esta terça-feira pelo Vaticano, Francisco diz que há ainda “um longo caminho a percorrer” para garantir que “todos os doentes, mesmo nos lugares de maior pobreza e marginalização” têm acesso aos cuidados de saúde que precisam, e lamenta que haja países onde “receber adequados tratamentos continua a ser um luxo”.
O Papa - que em 2021 esteve internado 10 dias, na sequência de uma cirurgia – lembra que para muitos a doença é uma experiência dura de isolamento. “Como não recordar os numerosos enfermos que, durante este tempo de pandemia, viveram a última parte da sua existência na solidão duma Unidade de Terapia Intensiva”, refere, sublinhando, logo a seguir, a importância da “missão” dos “generosos profissionais de saúde”.
“Permanecei cientes da grande dignidade da vossa profissão e também da responsabilidade que ela acarreta”, escreve o Papa, que elogia os avanços que tem havido na ciência, mas lamenta que nos países mais pobres haja “escassa disponibilidade” de vacinas contra a Covid 19, e até mesmo de “tratamentos para patologias que requerem medicamentos muito mais simples”.
Neste ponto tem sido relevante, diz, a ajuda das instituições de saúde católicas, que considera “um tesouro precioso que deve ser preservado e sustentado”, e cuja presença até mesmo nos países mais ricos é “uma bênção”.
“Numa época em que se difundiu a cultura do descarte e nem sempre se reconhece a vida como digna de ser acolhida e vivida, estas estruturas, como casas da misericórdia, podem ser exemplares na salvaguarda e no cuidado de cada existência, mesmo a mais frágil, desde o próprio início até ao seu termo natural”, refere a mensagem.
O Papa lembra, ainda, que não se devem descurar os cuidados espirituais, e que qualquer abordagem terapêutica “não pode prescindir da escuta do paciente”.
“Mesmo quando não se pode curar, sempre é possível tratar, consolar e fazer sentir à pessoa uma proximidade que demonstre mais interesse por ela do que pela sua patologia”, afirma o Papa, que termina a mensagem lembrando que visitar os doentes é “um convite” que Cristo deixa a todos.