06 jan, 2022 - 11:25 • Olímpia Mairos
“Sereis minhas testemunhas”. É o tema da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões que se celebra no dia 23 de outubro de 2022.
Francisco afirma que continua a “sonhar com uma Igreja toda missionária e uma nova estação da ação missionária das comunidades cristãs”.
No texto, divulgado esta quinta-feira pelo Vaticano, Francisco centra a sua reflexão nas últimas palavras de Jesus ressuscitado aos seus discípulos e resume os três alicerces da vida e da missão dos discípulos: “Sereis minhas testemunhas”, “até aos confins do mundo” e “recebereis a força do Espírito Santo”.
“Todos os discípulos serão testemunhas de Jesus”, diz o Papa, explicando que “tal como Cristo é o primeiro enviado, ou seja, missionário do Pai (cf. Jo 20, 21) e, enquanto tal, a sua «Testemunha fiel» (Ap 1, 5), assim também todo o cristão é chamado a ser missionário e testemunha de Cristo”.
“E a Igreja, comunidade dos discípulos de Cristo, não tem outra missão senão a de evangelizar o mundo, dando testemunho de Cristo. A identidade da Igreja é evangelizar”, salienta.
Francisco alerta que “todo o batizado é chamado à missão na Igreja e por mandato da Igreja: por isso a missão realiza-se em conjunto, não individualmente: em comunhão com a comunidade eclesial e não por iniciativa própria”.
E aos discípulos, explica o Papa, é pedido “para construírem a sua vida pessoal em chave de missão”, porque são “enviados por Jesus ao mundo não só para fazer a missão, mas também, e sobretudo, para viver a missão que lhes foi confiada; não só para dar testemunho, mas também e sobretudo para ser testemunhas de Cristo”.
“Os missionários de Cristo não são enviados para comunicar-se a si mesmos, mostrar as suas qualidades e capacidades persuasivas ou os seus dotes de gestão. Em vez disso, têm a honra sublime de oferecer Cristo, por palavras e ações, anunciando a todos a Boa Nova da sua salvação com alegria e ousadia, como os primeiros apóstolos”.
E prossegue, “na evangelização, caminham juntos o exemplo de vida cristã e o anúncio de Cristo. Um serve ao outro. São os dois pulmões com que deve respirar cada comunidade para ser missionária. Este testemunho completo, coerente e jubiloso de Cristo será seguramente a força de atração para o crescimento da Igreja também no terceiro milénio”.
O Papa exorta, por isso, “todos a retomarem a coragem, a ousadia, aquela parresia dos primeiros cristãos, para testemunhar Cristo, com palavras e obras, em todos os ambientes da vida”.
O Papa não esquece que “por causa de perseguições religiosas e situações de guerra e violência, muitos cristãos veem-se constrangidos a fugir da sua terra para outros países” e agradece “a estes irmãos e irmãs que não se fecham na tribulação, mas testemunham Cristo e o amor de Deus nos países que os acolhem”.
Francisco destaca que a “presença dos fiéis de várias nacionalidades enriquece o rosto das paróquias, tornando-as mais universais, mais católicas”, destacando que “o cuidado pastoral dos migrantes é uma atividade missionária que não deve ser descurada, pois poderá ajudar também os fiéis locais a redescobrir a alegria da fé cristã que receberam”.
“Não existe qualquer realidade humana que seja alheia à atenção dos discípulos de Cristo, na sua missão. A Igreja de Cristo sempre esteve, está e estará «em saída» rumo aos novos horizontes geográficos, sociais, existenciais, rumo aos lugares e situações humanos «de confim», para dar testemunho de Cristo e do seu amor a todos os homens e mulheres de cada povo, cultura, estado social”.
Segundo o Papa “a Igreja terá sempre de ir mais longe, mais além das próprias fronteiras, para testemunhar a todos o amor de Cristo”.