18 jan, 2022 - 07:50 • Olímpia Mairos
Os números de 2021 ainda não estão fechados, mas apontam para um enorme aumento de pedidos de ajuda à Caritas de Vila Real. A instituição apoiou mais de cinco mil pessoas no último ano.
“A perceção que temos é que houve duplicação do número de pessoas que apoiamos”, adianta o presidente Henrique Oliveira, especificando que o maior aumento de pedidos se verifica em termos de “ajuda alimentar, apoios com rendas, medicação ou apoios em óculos para crianças”.
“Os apoios foram multiplicados por dois”, assinala o responsável.
Apesar do crescente número de pedidos, a instituição da Igreja diocesana tem tido capacidade de resposta, atenuando, assim, as dificuldades, carências e vulnerabilidades que a pandemia trouxe ao de cima.
O presidente da Cáritas de Vila Real destaca o contributo da rede de Cáritas diocesanas, da Cáritas Portuguesa, de dadores anónimos, de empresas e instituições. “Estiveram presentes nesta fase de crise sanitária e social e permitiram que a cáritas chegasse junto de mais pessoas”, realça, destacando que “muitos chegaram-se à frente para fazer face a estas situações” e este é um “sinal forte de solidariedade”.
Um sinal de solidariedade e de caridade – o rosto da Igreja – que “faz o bem no sentido de uma ajuda concreta aos seres humanos que estão em maiores dificuldades, por razões várias, o apoio aos idosos, aos doentes e também à infância, etc”, nota o bispo de Vila Real.
D. António Augusto Azevedo sublinha que “quando se faz o bem à pessoa, essa é uma linguagem que o mundo percebe e é uma linguagem que anuncia o evangelho e, portanto, é uma forma de evangelização”.
O bispo realça que a Igreja tem que estar atenta “às vivências das pessoas, sejam aquelas que exteriormente mais se evidenciam, seja outro conjunto de dificuldades, carências e sofrimentos que são mais interiores”.
O prelado nota que a pandemia veio exacerbar alguns problemas e acentuar outros e identifica a necessidade de uma maior atenção da parte da Igreja.
“Pede-se a todos os cristãos neste contexto que tenhamos uma atenção redobrada aos vários tipos de dificuldades, carências e sofrimentos que as pessoas vão passando”.
A Diocese de Vila Real encontra-se a celebrar 100 anos de vida e em processo sinodal e, segundo D. António Augusto Azevedo, a área social e caritativa da Igreja é “uma área onde se pode exprimir de forma mais notória essa dimensão sinodal da Igreja até porque, muitos tipos de respostas aos desafios e necessidades, supõem o envolvimento de muita gente”.
“O envolvimento, a organização, a capacidade de dar as mãos para encontrar as respostas mais adequadas. Quando a Igreja está atenta aos problemas dos seres humanos à sua volta, vai gerando nas pessoas e nas comunidades formas sinodais, participativas, para encontrar as melhores respostas. Nesta área também se pode construir uma Igreja mais sinodal”, conclui o prelado.
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