04 fev, 2022 - 10:49 • Olímpia Mairos
O bispo de Yagoua, diocese do extremo norte dos Camarões, situada muito perto da fronteira com o Chade e a Nigéria, responsabiliza o grupo terrorista Boko Haram pela extrema pobreza que se vive no país.
Em declarações, citadas pela Fundação Ajuda à Igreja que Sobre (AIS), D. Barthélemy Yaouda considera que é a atividade dos terroristas que está a provocar a “miséria extrema”, que se reflete também na vida da própria Igreja Católica.
Segundo o prelado, o grupo islamita, que pretende a instauração de um califado na região, é o principal responsável pela pobreza que afeta toda a região e apela, por isso, à ajuda para a própria sobrevivência.
“A Diocese de Yagoua encontra-se numa zona do Boko Haram, o que explica a nossa extrema pobreza, a nossa extrema miséria”, disse o prelado à AIS.
D. Barthélemy Yaouda enaltece a ajuda da fundação pontifícia, destacando que sem esse apoio, seria muito difícil o trabalho dos sacerdotes e a própria formação dos seminaristas.
“Sem esta ajuda seria difícil, porque vimos de ambientes muito pobres e as pessoas não têm meios para pagar as propinas dos filhos no seminário, não temos meios para construir igrejas e os padres nem sequer têm meios para se deslocarem na sua diocese a fim de visitar as paróquias, nem para se vestirem…”, afirmou.
O apoio que tem chegado à Igreja dos Camarões – segundo o bispo – também tem permitido colmatar as dificuldades que se colocam à própria subsistência do clero.
A região norte dos Camarões, onde se situa a Diocese de Yagoua, tem vindo a tornar-se num epicentro de atividade dos terroristas do Boko Haram, que têm procurado estender os seus ataques desde a Nigéria para vários países da região.