04 fev, 2022 - 13:10 • Rosário Silva
A Província Eclesiástica de Évora, que compreende as dioceses de Évora, Beja e Algarve, acaba de apresentar a Carta Pastoral “Vem e Segue-me”, um documento onde os bispos das dioceses do sul de Portugal revelam a sua preocupação relativamente à falta de vocações.
“Os bispos das três dioceses manifestam preocupação face à urgente necessidade de vocações ao matrimónio, aos serviços ministeriais e ao ministério ordenado do diaconado permanente e do presbiterado nesta Província Eclesiástica”, refere uma nota, da arquidiocese de Évora, enviada à Renascença.
A Carta Pastoral “Vem e Segue-me” surge, desta feita, como um incentivo às comunidades eclesiais das três dioceses, à redescoberta da beleza da vocação e um convite à formação de “cultura vocacional”.
“As diversas vocações cristãs, bem vividas, exprimem valores que correspondem a expectativas e aspirações profundas do ser humano, como podem ser a procura de sentido da vida e sua dimensão espiritual, o compromisso ético e a responsabilidade para com a história, o desejo de reconciliação e de novas perspetivas existenciais”, lê-se na carta agora lançada.
“As vocações tornam-se assim apelos e referências para os que andam à procura, nomeadamente jovens”, realça o documento.
Esta é uma iniciativa no âmbito do biénio vocacional das Igrejas do Sul que arrancou a dia 8 de dezembro de 2021, com a finalidade de “revitalizar a pastoral vocacional das três dioceses por meio da comunhão e da redescoberta da beleza da vocação”, auxiliando, sobretudo, os jovens, “a encontrar e a assumir a sua própria vocação dentro da pluralidade das vocações na Igreja”.
Em declarações ao jornal da arquidiocese “a defesa”, D. Francisco Senra Coelho explicou que o biénio vocacional “é um serviço à sociedade” e não “uma busca que a Igreja anda a fazer de padres, monges ou missionários”.
O arcebispo de Évora destacou esta iniciativa, como sendo “uma oportunidade de reflexão, de encontro consigo mesmo, de crescimento humano que a Igreja propõe num ambiente muito superficial e onde muitas vezes não acontece nem a ajuda espiritual, nem psicológica”.
O projeto é “ambicioso, mas realista”, refere ao arcebispo de Évora, esperando que chegue ao maior número de pessoas, em particular, “às novas gerações”, para que tenham a possibilidade de encetar “um encontro vocacional”.
Nestas declarações ao jornal da diocese, D. Francisco mostrou-se convicto de que “serviremos com um dinamismo próprio da Igreja, que é a espiritualidade, a nossa população”, abrindo as portas a todos os que “se queiram reencontrar, refazer e questionar, pois é sempre saudável voltar ao principio para solidificar o presente”.
O projeto do biénio vocacional, agora fortalecido com a Carta Pastora “Vem e Segue-me”, pretende também aproveitar a caminhada sinodal que se vive, assim como o esforço de preparação da Jornada Mundial da Juventude que será vivida em 2023, em Lisboa.