06 fev, 2022 - 12:41 • Ecclesia
O Papa evocou este domingo, no Vaticano, a morte de Rayan, criança marroquina retirada sem vida de um poço, no sábado, após vários dias de operações de resgate.
“Em Marrocos, todo um povo se uniu para salvar Rayan. Todo o povo esteve ali, a trabalhar, para salvar uma criança. Deram tudo. Infelizmente, não conseguiram”, disse, após a recitação da oração do ângelus.
Francisco mostrou-se impressionado com as imagens da população, à espera da criança, durante as tentativas de salvamento. Milhares de pessoas viajaram até ao local, em sinal de solidariedade.
“Obrigado a este povo, por esse testemunho”, referiu, desde a janela do apartamento pontifício.
Uma ambulância e um helicóptero estavam no local para transportar o menino, mas segundo informações recolhidas pela Casa Real, Rayan terá saído do poço já sem vida.
O menino caiu acidentalmente, na última terça-feira, num poço seco, de 32 metros de profundidade, com um diâmetro inferior a 45 centímetros.
Francisco destacou este exemplo de mobilização coletiva, em contraponto às “notícias feias, incidentes” que dominam a imprensa.
O Papa, visivelmente emocionado, contou outra história, “que não vai sair nos jornais”, sobre John, migrante ganês, de 25 anos, que trabalhava na localidade italiana de Monferrato.
Após ter sido diagnosticado com um cancro terminal, o jovem “quis voltar a casa” para abraçar o pai, antes de morrer.
Sabendo desse desejo, a comunidade local mobilizou-se para uma recolha de donativos, que permitiu concretizar a viagem e permitir que John morresse na sua terra natal, como era sua vontade.
“Hoje, no meio de tantas notícias feias, há muitas coisas bonitas, há santos na porta ao lado. Obrigado por estes dois testemunhos, que nos fazem bem”, afirmou Francisco.
Esta passagem da intervenção papal foi saudada pela multidão presente na Praça de São Pedro com uma salva de palmas.