11 fev, 2022 - 14:46 • Lusa
O reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, sublinhou hoje “a atenção que Jesus sempre deu aos doentes”, considerando que “contemplar Jesus é admirar o amor misericordioso de Deus”.
Na missa que celebrou na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, Carlos Cabecinhas lembrou o XXX Dia Mundial do Doente, que hoje se assinala, alertando que o Evangelho hoje proclamado “mostra que Jesus realiza as obras que os profetas tinham anunciado como identificativas da vinda do Salvador: dar vista aos cegos, audição aos surdos e voz aos mudos, eram sinais que deviam indicar a chegada do Salvador”.
“É isso que Jesus realiza, revelando desta forma o coração misericordioso de Deus Pai que vem em auxílio da humanidade sofredora”, afirmou o reitor do Santuário, para quem os textos dos Evangelhos “contam que Jesus nunca ficava indiferente ao sofrimento, e é possível destacar a atenção que Jesus sempre deu aos doentes”.
O XXX Dia Mundial do Doente tem com o tema “Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso”, o que levou Carlos Cabecinhas a destacar o desafio de “fazer a experiência concreta desta misericórdia de Deus” na vida de cada um “e ser testemunha desta misericórdia junto daqueles que sofrem, assumindo a responsabilidade de ser presença desta misericórdia sobretudo junto dos que sofrem”.
O Papa Francisco, na sua mensagem para esta efeméride, considerou que “há ainda um longo caminho a percorrer para garantir a todos os doentes, mesmo nos lugares e situações de maior pobreza e marginalização, os cuidados de saúde de que necessitam”.
Para o pontífice, cuja mensagem foi divulgada em dezembro de 2021, “o doente é sempre mais importante que a sua doença e por isso qualquer abordagem terapêutica não pode prescindir da escuta do paciente, da sua história, das suas ansiedades, dos seus medos. Mesmo quando não se pode curar, sempre é possível tratar, consolar e fazer sentir à pessoa uma proximidade que demonstre mais interesse por ela do que pela sua patologia”.
Na sua mensagem, o papa aborda também as dificuldades no acesso à saúde sentidas pelas “populações das zonas mais pobres do planeta, onde por vezes é necessário percorrer longas distâncias para encontrar centros de tratamento que, embora com recursos limitados, oferecem tudo o que têm disponível”.
“Ainda há um longo caminho a percorrer e, nalguns países, receber adequados tratamentos continua a ser um luxo. Testemunha-o, por exemplo, a escassa disponibilidade, nos países mais pobres, de vacinas contra a covid-19 e ainda mais a falta de tratamentos para patologias que requerem medicamentos muito mais simples”, acrescentou Francisco.
O Dia Mundial do Doente foi instituído há 30 anos por João Paulo II para "sensibilizar o povo de Deus, as instituições de saúde católicas e a sociedade civil no que diz respeito a atenção para com os doentes e para com os que deles cuidam", como escreveu o Papa Francisco.