16 fev, 2022 - 09:00 • Henrique Cunha
Na audiência pública desta quarta-feira, onde concluiu o ciclo de catequeses sobre a figura de São José, Francisco lembrou que “só o amor nos torna capazes de falar plenamente a verdade, de uma forma não partidária; de dizer o que está errado, mas também de reconhecer toda a bondade e santidade que estão presentes nela, começando precisamente por Jesus e Maria”.
O Papa apontou São José como “o Guardião da Igreja, porque a Igreja é o prolongamento do Corpo de Cristo na história e ao mesmo tempo, na maternidade da Igreja, espelha-se a maternidade de Maria. José, continuando a proteger a Igreja, continua a proteger o Menino e sua mãe; e também nós, amando a Igreja, continuamos a amar o Menino e sua mãe”, reforçou.
Depois, o Papa sublinhou a ideia de que “de certa forma, Jesus, Maria e José são o núcleo primordial da Igreja” e que “também nós «sempre nos devemos interrogar se estamos a proteger com todas as nossas forças Jesus e Maria, que misteriosamente estão confiados à nossa responsabilidade, ao nosso cuidado, à nossa guarda» (Patris corde, 5)”.
Pedindo que se imite o seu exemplo, o Papa encorajou a pedir a interceção de São José “precisamente nos momentos mais difíceis da vossa vida e das vossas comunidades”.
“Onde os nossos erros se tornam um escândalo, peçamos a São José que nos dê coragem para dizer a verdade, pedir perdão e recomeçar humildemente. Onde a perseguição impede que o Evangelho seja proclamado, peçamos a São José a força e a paciência para suportar abusos e sofrimentos por amor ao Evangelho. Onde quer que os meios materiais e humanos sejam escassos e nos façam experimentar a pobreza, especialmente quando somos chamados a servir os últimos, os indefesos, os órfãos, os doentes, os descartados da sociedade, rezemos a São José para que seja Providência para nós”, reforçou.
No final da audiência pública desta quarta-feira, Francisco evocou o sacerdote assassinado no início do mês na República Democrática do Congo e falou de "violência injustificável e deplorável".
O religioso congolês da Ordem dos Clérigos Regulares Menores (também conhecidos como “caraciolinos” ou “Padres Adorno”) foi morto 3 dias antes de completar 35 anos por homens armados, no território de Lubero (Kivu Norte), quando voltava para sua paróquia depois de ter celebrado a Missa no Dia Mundial da Vida Consagrada, em Kanyaboyonga.
Francisco pediu "que a morte do padre Richard, vítima de uma violência injustificável e deplorável, não desencoraje os seus familiares, a sua família religiosa e a comunidade cristã daquela nação de serem anunciadores e testemunhas de bondade e de fraternidade, não obstante as dificuldades, imitando o exemplo de Jesus, o Bom Pastor".
Depois, sem invocar a tensa situação entre a Rússia e a Ucrânia, o Papa pediu para que reine na Europa o espírito de reconciliação, e de respeito pela liberdade dos países.
Francisco recordou ainda a celebração, no início da semana da memória de São Cirilo e São Metódio, Copadroeiros da Europa e pediu a Deus “que pela sua interceção as Nações deste Continente, conscientes das suas raízes cristãs, vivam no espírito de reconciliação, fraternidade de solidariedade e de respeito pela liberdade de uns países em relação aos outros".