24 fev, 2022 - 15:56 • Ângela Roque
“A Conferência Episcopal Portuguesa, em sintonia com o Santo Padre e com o apelo pela Paz das Conferências Episcopais da Europa, condena veementemente a guerra na Ucrânia e propõe que todas as pessoas, comunidades e instituições da Igreja rezem pela paz na região, assumindo o dia 2 de março, Quarta-feira de Cinzas, como um Dia de Jejum e Oração pela Paz na Ucrânia”, lê-se no comunicado da CEP enviado à Renascença.
Os bispos manifestam, ainda, a sua “solidariedade para com a população da Ucrânia”, em particular “para com a numerosa comunidade ucraniana em Portugal, desejando que este tempo de angústia, sofrimento e guerra seja rapidamente ultrapassado e se restabeleça a paz e a prática do bem para todos, como nos pede o Santo Padre na mensagem da Quaresma hoje divulgada”, e em que “apela ainda a que haja uma partilha efetiva para com a Igreja na Ucrânia, nomeadamente através das Cáritas e de outras instituições”.
Já esta tarde a Cáritas Portuguesa anunciou que vai doar 20 mil euros do seu Fundo de Emergências Internacionais diretamente à Cáritas da Ucrânia, face ao previsível agravamento da situação humanitária no país.
A Cáritas diz-se “profundamente preocupada com o impacto desta intervenção na população local, que desde há oito anos vive os efeitos de uma crise que já fez 14.000 vítimas mortais e desalojou 1,5 milhão de pessoas. Somam-se a esta realidade as consequências da pandemia da COVID-19”, sublinha o comunicado da Cáritas Portuguesa.
“Com este gesto queremos dar um sinal da nossa solidariedade para com estas população e garantir que a Cáritas da Ucrânia tem condições de continuar o seu trabalho junto das pessoas afetadas através da distribuição de alimentos, água potável, abrigo seguro e kits de higiene”, explica Rita Valadas, presidente da Cáritas Portuguesa.
A Rússia invadiu a Ucrânia na madrugada desta quinta-feira, alegando a necessidade de proteger os habitantes das províncias separatistas ucranianas, que reconheceu como independentes.
ONU, NATO, Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, entre outros, condenaram a decisão russa.
Em Portugal, o presidente da República, em consonância com o Governo, condenou “veementemente a flagrante violação do Direito Internacional pela Federação Russa” e apoiou a declaração do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, “expressando total solidariedade com o Estado e o Povo da Ucrânia”.
Já o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, apelou ao regresso das negociações entre todas as partes.