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Guerra na Ucrânia. Vaticano apela ao regresso à negociação

24 fev, 2022 - 15:35 • Marta Grosso com redação

“Os cenários trágicos que todos temiam, infelizmente, estão a tornar-se realidade. Mas ainda há tempo para a boa vontade”, diz o secretário Estado do Vaticano.

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Numa nota publicada pelo Vaticano nesta quinta-feira, dia em que a Rússia invadiu e decidiu lançar uma ofensiva militar na Ucrânia, o secretário de Estado do Vaticano apela ao regresso da negociação para travar o conflito.

O cardeal Parolin renova os alertas de Francisco na quarta-feira, no final da audiência geral.

“O Papa mencionou ‘grande dor’, ‘angústia e preocupação’ e exortou todas as partes envolvidas a ‘absterem-se de qualquer ação que cause ainda mais sofrimento às populações’, ‘desestabilize a convivência pacífica’ e ‘desacredite o direito internacional’, recordou.

“Este apelo adquire uma dramática urgência após o início das operações militares russas no território ucraniano”, defende o secretário de Estado.

“Os cenários trágicos que todos temiam, infelizmente, estão a tornar-se realidade. Mas ainda há tempo para a boa vontade, ainda há espaço para negociação, ainda há espaço para o exercício de uma sabedoria que impeça a prevalência de interesses partidários, tutele as legítimas aspirações de todos e poupe o mundo da loucura e dos horrores da guerra”, sublinha.

Parolin destaca ainda que “nós, crentes, não perdemos a esperança num vislumbre da consciência dos que têm nas mãos os destinos do mundo. E continuamos a rezar e a jejuar – faremos isso na próxima Quarta-feira de Cinzas – pela paz na Ucrânia e no mundo inteiro”.

A Rússia invadiu a Ucrânia nesta quinta-feira de madrugada e está a fazer avanços em várias frentes e na capital, Kiev.

No discurso que antecedeu o ataque, o Presidente russo argumentou com um "pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk", no Leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.

O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.

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