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"Não nos cansemos de fazer o bem", pede o Papa na mensagem para a Quaresma

24 fev, 2022 - 11:20 • Ângela Roque

Francisco lembra que “no meio das tempestades da história, ninguém se salva sozinho”, e que para colher é preciso semear. E apela aos cristãos que aproveitem o tempo de preparação para a Páscoa para “procurar” quem passa necessidades, “não ignorar” quem precisa de uma palavra, e “visitar” quem sofre de solidão.

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“Muitas vezes, na nossa vida, prevalecem a ganância e a soberba, o ansio de possuir, acumular e consumir”, mas a Quaresma “convida-nos à conversão”, lembra o Papa na mensagem divulgada esta quinta-feira, pelo Vaticano, na qual apela a todos os cristãos que não se cansem de “praticar o bem” para “com todos”.

“Esta chamada para semear o bem deve ser vista, não como um peso, mas como uma graça”, escreve Francisco, sublinhando que “toda a sementeira” faz “pensar na colheita”, que “quem pouco semeia, também pouco há de colher”, e que “semear o bem para com os outros” liberta “das lógicas mesquinhas do lucro pessoal”.

“Um primeiro fruto do bem semeado, temo-lo em nós mesmos e nas nossas relações diárias, incluindo os gestos mais insignificantes de bondade”, lê-se na mensagem, na qual o Papa pede aos cristãos que aproveitem o tempo de preparação para a Páscoa para cuidarem “de quem está próximo de nós”, e se aproximarem de quem se encontra ferido “na margem da estrada da vida”.

“A Quaresma é tempo propício para procurar, e não evitar, quem passa necessidades; para chamar, e não ignorar, quem deseja atenção e uma boa palavra; para visitar, e não abandonar, quem sofre a solidão”, sublinha Francisco, para quem a oração, o jejum e a caridade, a que os cristãos são chamados na Quaresma, são a melhor garantia de vir a ter bons frutos do que que se semeia, porque “o jejum prepara o terreno, a oração rega e a caridade fecunda-o”.

“Acolhamos o apelo a praticar o bem para com todos”, sublinha ainda o Papa, lembrando o que já escrevera na encíclica ‘Fratelli Tutti’: “o bem, como aliás o amor, a justiça e a solidariedade não se alcançam duma vez para sempre; hão de ser conquistados cada dia”.

Francisco pede, ainda, aos cristãos que nesta Quaresma usem menos os meios digitais, privilegiando o contacto direto com as pessoas. “A dependência dos meios de comunicação digitais empobrece as relações humanas. A Quaresma é tempo propício para contrariar estas ciladas, cultivando, pelo contrário, uma comunicação humana mais integral, feita de encontros reais, face a face”, refere a mensagem.

A Quaresma tem início na quarta-feira de Cinzas, que este ano se assinala no próximo dia 2 de março. É um tempo de 40 dias marcado pelo apelo ao jejum, à partilha e à penitência, e que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

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