02 mar, 2022 - 19:29 • Rosário Silva
O bispo do Algarve encoraja os cristãos da sua diocese a serem “construtores da paz”, de forma “pessoal permanente”, neste tempo que é de conversão individual e comunitária e que se constitui como “oportunidade para revermos o modo como nos situamos, face a todas as formas de agressividade e violência”.
As palavras estão contidas na mensagem para a Quaresma 2022, divulgada esta quarta-feira por D. Manuel Neto Quintas, que considera a paz como “um bem inestimável, a aspiração mais profunda da pessoa, condição essencial para o progresso e o bem-estar, fonte de segurança e de esperança no futuro”.
O prelado aproveita para lamentar o momento que se vive, com a “guerra que o governo da Rússia moveu contra a Ucrânia”, classificando-a como violadora dos “princípios mais elementares reguladores das relações internacionais de povos e nações e de defesa da dignidade da pessoa humana”.
“É a confirmação da loucura e da insensatez de todas as guerras e um verdadeiro retrocesso civilizacional pela destruição e morte que provoca, com consequências, neste momento, ainda imprevisíveis”, destaca o bispo que se diz perplexo e consternado e desconfortável.
“Perplexidade pelo fato de acontecer no continente europeu, em pleno século XXI; consternação pelo sofrimento e morte infringidos aos povos envolvidos, particularmente ao povo ucraniano agredido, e desconforto pela incapacidade, daqueles que se lhe opõem, em silenciar as armas e impor o seu fim imediato”, justifica, D. Manuel Quintas.
Nesta reflexão de preparação para a Páscoa, o bispo algarvio dá conta de que a sua diocese está unida “às intenções e inquietações do Papa Francisco”, recordando o sofrimento do povo ucraniano, “que se vê atingido na sua própria casa, não lhe sendo reconhecidos e respeitados os seus direitos mais elementares, a sua identidade, a sua língua, a sua história, a sua cultura, os seus limites geográficos”.
O povo da Ucrânia é, de resto, um dos destinos do produto da renúncia quaresmal dos católicos algarvios que vão, igualmente, numa “expressão de solidariedade”, apoiar a diocese de S. Tomé e Príncipe e a iocese de Baucau, em Timor.