07 mar, 2022 - 07:59 • Henrique Cunha , Olímpia Mairos
A imprevisibilidade quanto à duração da guerra na Ucrânia poderá levar a Cáritas Portuguesa a prolongar a campanha de apoio à população vítima da guerra em curso.
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana, D. José Traquina, refere à Renascença que o prolongamento da atual campanha vai depender do evoluir da situação na Ucrânia. “A campanha tem uma autorização que será até ao final do mês de março. Depois a partir daí far-se-á, de acordo com as autorizações que têm que ser pedidas, porque não sabemos como é que é o desfecho, não sabemos até onde é que vai a necessidade.
A ajuda “pode ser para os países vizinhos [da Ucrânia], imediatamente, mas eventualmente também para alguns ucranianos em Portugal e aí já entramos também em rede com as Cáritas diocesanas para fazer esse apoio”, adianta.
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana acrescenta que tudo “tem que ser pensado e avaliado, semana a semana, de acordo com o desenvolvimento desta situação na Ucrânia”.
A Cáritas Portugal iniciou esta segunda-feira uma campanha de angariação de fundos para apoiar as populações afetadas pela guerra na Ucrânia, angariação de fundos que conta com o apoio da Conferência Episcopal Portuguesa.
Guerra na Ucrânia
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De acordo com a instituição da Igreja, a verba angariada nesta campanha tem como objetivo reforçar a capacidade de resposta da Cáritas na Ucrânia, nos países fronteiriços e o eventual acolhimento a famílias deslocadas em Portugal.
Esta "medida de urgência" surge face ao pedido de ajuda" que chega a Portugal da Cáritas Ucrânia, "que tem intensificado a sua resposta junto da população e cujas necessidades aumentam diariamente", explica a presidente da Cáritas.
Rita Valadas esclarece que em causa está "um apoio de emergência no local em alimentos, medicamentos e abrigo, mas também da urgência de responder à situação dramática de milhares de pessoas deslocadas e que necessitam de ajuda imediata".
A campanha vai decorrer até final do mês, e para colaborar “a melhor maneira é ir ao site, porque há vários meios de doação: pode ser MBWay, pode ser transferência bancária, pode ser Multibanco, e as referências estão lá", explicou.
Também a Cáritas Internacional lançou um apelo de emergência, que permitirá ajudar cerca de 13.000 pessoas em diferentes partes da Ucrânia.
Já as Cáritas da Polónia, Moldova, Roménia e Eslováquia estão neste momento a prestar assistência humanitária e informação segura aos milhares de refugiados que estão a atravessar estas fronteiras.
A guerra na Ucrâniana Ucrânia entrou no 12º dia de combates. A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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